Dados do Trabalho

Título

Vigilância de adultos de Aedes (Stegomyia) aegypti, Aedes (Stegomyia) albopictus e Culex spp. nas cidades gêmeas de Letícia (Colômbia) e Tabatinga (Brasil)

Introdução

Surtos de dengue, chikungunya e Zika são transmitidos principalmente pelo Aedes aegypti na região das Américas. A vigilância entomológica é baseada em indicadores tradicionais e a notificação dos casos é por residência, o que dificulta intervenções com maior oportunidade. A vigilância transfronteiriça é de extrema importância para compreender a dinâmica desses eventos que afetam a população de cidades fronteiriças

Objetivo(s)

O objetivo do estudo foi identificar possíveis associações espaço-temporais entre a notificação de casos de arboviroses e a ocorrência de vetores nas cidades gêmeas de Letícia e Tabatinga

Material e Métodos

Se realizou a coleta de mosquitos adultos em repouso, escondidos em abrigos naturais, ou ativos, mediante aspirador mecânico tipo Nasci. A coleta foi realizada no intra e peridomicílio de residências em Letícia e Tabatinga. Se utilizaram os dados epidemiológicos do Sistema de Vigilância Epidemiológica em Saúde e do Sistema de Informação de Notificações de Agravos. Foram construídos mapas temáticos coropléticos da incidência de Dengue e mapas de densidade com o estimador de kernel, utilizando o peso da frequência relativa de adultos para analisar a distribuição espacial de Ae. aegypti, Ae. albopictus e Culex spp.

Resultados e Conclusão

Se realizaram coleta de adultos em 118 domicílios (51 Leticia e 67 Tabatinga) desde abril de 2021 até junho de 2022. Se capturaram 281 indivíduos de Ae. aegypti (3,45%), 11 indivíduos de Ae. albopictus (0,13%) e 7.861 indivíduos de Culex spp (96,42%). Em 2021, Letícia apresentou a maior incidência acumulada por bairro em comparação com Tabatinga; Costa Rica 1 apresentou 144 casos x 1000 hab., seguido do Manguare (57 casos x 1000 hab.); sendo bairros da linha de fronteira. Em Tabatinga o bairro com maior taxa de incidência foi Nova Esperança (6 casos x 1000 hab.) seguido de Vila Verde (4 casos x 1000 hab); localizados na periferia. Aa análises espaciais dos casos notificados e das espécies estudadas mostraram distribuição heterogênea em ambos municípios, As dinâmicas populacionais humanas favorecem a manutenção de doenças, o crescimento habitacional descontrolado, a mobilidade de pessoas e mercadorias. Além disso, a receptividade dos domicílios ao vetor, as deficiências em educação, abastecimento de água e coleta de resíduos facilitam a dispersão e o estabelecimento do vetor.

Palavras-chave

arboviroses, fronteira, Aedes, Culex, vigilância entomológica

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores