57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

INFECÇÃO DE CAMUNDONGOS COM ISOLADO CLÍNICO BRASILEIRO DO VÍRUS MAYARO RESULTA EM DOENÇA LEVE

Introdução

O vírus Mayaro (MAYV) é o agente etiológico da febre Mayaro. Atualmente, o MAYV é considerado emergente e existem vários fatores que indicam a possibilidade de urbanização desse vírus que pode configurar a doença como um grande problema de saúde pública. Casos de Febre Mayaro têm sido confirmados em diferentes estados brasileiros o que confirma a possível adaptação do vetor ao meio urbano. A caracterização da cepa circulante MT/SINOP/210/2011, utilizando modelos animais pode ajudar na elucidação dos mecanismos da doença, fatores de transmissão e patogênese e contribuir para o avanço do desenvolvimento de tratamentos, antivirais e vacinas.

Objetivo(s)

Caracterização da cepa MT/SINOP/210/2011 em modelo experimental murino.

Material e Métodos

Camundongos machos e fêmeas de 21 dias de idade e deficientes em receptor de IFN-α/β (B6.129S2-Ifnar1) e camundongos congênitos controles (129Sv/Ev) foram inoculados via footpad com 104 TCID50 de MAYV ou PBS em um volume de 20 μL. Foram avaliados diariamente a sobrevivência, peso corporal e edema nas patas. Um escore clínico foi determinado através de um valor numérico e empregado no monitoramento fenotípico da doença. Três e seis dias após a infecção, foi coletado sangue para hematologia e articulações e músculos para virologia (PCR) e histopatologia.

Resultados e Conclusão

Camundongos knockout foram suscetíveis à infecção, desenvolvendo sinais clínicos da doença, o que não foi observado em animais com sistema imune intacto. Não houveram alterações no peso corporal dos animais e a avaliação do escore demonstrou que camundongos machos infectados apresentaram sinais clínicos mais pronunciados em comparação com as fêmeas, como diarreia, conjuntivite e edema do coxim plantar. A infecção por MAYV em camundongos knockout levou a uma baixa taxa de letalidade. Os animais knockout infectados apresentassem sinais clínicos leves da doença. A infecção teve curso benigno e maioria conseguiu controlar a infecção. Os sinais observados tiveram duração de apenas alguns dias, coincidindo com o período da fase aguda da febre Mayaro em humanos, portanto, a doença se manifesta de forma branda em humanos e camundongos, demonstrando que a cepa circulante MT/SINOP/210/2011 apresenta baixa virulência e o modelo experimental é compatível com o curso da infecção em pacientes humanos. CEUA: 024/2020- Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave

Mayaro, Modelo experimental, Emergente, Saúde Pública.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Rafael Borges Rosa, Willyenne Marilia Dantas, Camila Ayumi Tanaka, Débora de Oliveira Santos, Emilly Oliveira Rosa, Emilene Ferreira de Castro, Murilo Vieira da Silva, Poliana Gomes da Silva, Lindomar José Pena