Dados do Trabalho

Título

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE DENGUE NO ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL

Introdução

A dengue é um problema global de saúde pública uma vez que um terço da população mundial vive em zonas infestadas pelo mosquito do gênero Aedes. A doença causa epidemias periódicas, particularmente nos meses chuvosos. Atualmente no Brasil são encontrados os 4 sorotipos do vírus da dengue, uns causando clínica branda e outros hemorrágica e fatal.

Objetivo(s)

O presente trabalho tem como objetivo traçar um breve panorama epidemiológico do número de casos de dengue no Estado do Amapá.

Material e Métodos

Os dados de notificação de dengue foram adquiridos na Unidade de Controle das Doenças Transmitidas Por Vetores, Núcleo de Vigilância Ambiental da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS)/AP. Foram selecionadas séries temporais de casos notificados de dengue em todos os dezesseis municípios do Amapá de 01/01/2020 à 31/05/2022.

Resultados e Conclusão

O número total de notificações foi 446 os quais, 76% foram confirmados (339 casos no período de estudo), sendo 38 em 2020; 211 em 2021 e 90 nos cinco primeiros meses de 2022. Em 2020 foram 27 casos ocorridos na capital, Macapá; 03 em Santana e 02 em cada município: Ferreira Gomes, Mazagão, Oiapoque e Porto Grande. Em 2021, ocorreram 191 em Macapá; 13 no Oiapoque; 03 em Santana; 02 em Laranjal do Jari e 02 em Pedra Branca do Amapari. Nos cinco primeiros meses de 2022, foram 63 casos em Macapá; 12 em Santana; 08 em Oiapoque e 07 em Porto Grande. Não houve nenhum registro nos municípios de Amapá, Calçoene, Cutias, Itaubal, Pracuúba, Serra do Navio, Tartarugalzinho e Vitória do Jari. Observou-se que, quando comparados os dados da capital amapaense (2020 e 2021), houve um incremento de 603% no número de casos confirmados. Uma das possíveis explicações para os resultados observados foi o fato da população local ter ficado confinada, por conta da pandemia de Covid-19 (2020) e a flexibilização das restrições em 2021 (população expondo-se novamente), as quais, aliadas aos baixos índices de saneamento básico da cidade, o n. de casos de dengue, aumentou significativamente. Conclui-se que, a proliferação da doença, principalmente em Macapá, causa grande preocupação para governantes e munícipes, tendo em vista que os métodos de controle do vetor não são eficientes em virtude do crescimento desordenado da cidade (invasões em áreas alagadas), bem como, o descaso da própria população ao deixar objetos que podem servir de criadouros para o mosquito em suas residências (jardins e quintais) e na própria rua em que moram.

Palavras-chave

Amazônia, epidemia, doenças tropicais, saúde pública