Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO-MOLECULAR DA VARIANTE ÔMICRON DE SARS-CoV-2 NO ESTADO DO PARÁ NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2022

Introdução

O SARS-CoV-2 é um novo coronavirus causador da COVID-19 e responsável pela atual pandemia que vitimou milhões de pessoas em todo o mundo. Esse vírus pertence a família CORONAVIRIDAE e possui genoma de RNA fita simples com polaridade positiva, o qual favorece uma rápida replicação no processo de biogênese viral e apresenta altas taxas de mutações e deleções genômicas. A variante Ômicron do SARS-CoV-2 classificada como B.1.1.529, foi determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro de 2021 como Variant of Concern (VOC), alertando o mundo sobre sua alta capacidade de transmissão. Em meados de 2022, houve aumento significante do número de casos no Brasil, iniciando pela região Sudeste e disseminando para as demais regiões.

Objetivo(s)

Este estudo tem como objetivo observar, a partir da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigiância genômica, a disseminação da variante Ômicron e suas sublinhagens distribuidas nas mesorregiões do estado do Pará no primeiro semestre de 2022.

Material e Métodos

As amostras (n=221) foram coletadas por swab de nasofaringe após o início dos sintomas e analisadas no Laboratório Central do Estado do Pará, tendo como critérios técnicos o limiar de detecção < 27, dados como valores de Cycle Threshold (CT), a partir de RT-qPCR para detecção de SARS-CoV-2 utilizando a plataforma Applied Biosystems 7500 e, posteriormente sequenciadas na plataforma Illumina MiSeq. Critérios epidemiológicos foram utilizados bem como, óbitos, casos graves, casos leves e suspeitos de reinfecções.

Resultados e Conclusão

No primeiro semestre de 2022, a variante Ômicron esteve presente em todo o estado do Pará, se tornando a principal causadora da COVID-19. No entanto, diferentes sublinhagens foram detectadas nas mesorregiões, sendo prevalentes as sublinhagens BA.1.1 e BA.1.14 na região metropolitana de Belém no primeiro trimestre. Em janeiro foi detectada a sublinhagem BA.1.15 no Baixo Amazonas e BA.2 no Nordeste Paraense e Região metropolitana, estando presentes até o mês de maio. Em junho, foi possível observar a prevalência da sublinhagem BA.5 e BA.5.1 na região metropolitana de Belém e sudeste paraense. Com base nesses dados é possível concluir que a variante Ômicron foi a responsável dos casos de COVID-19 no estado do Pará no primeiro semestre de 2022, demonstrando uma grande taxa de transmissão, mutações e deleções apresentadas em todas as mesorregiões durante um curto período de tempo, sendo essencial o acompanhamento genômico dessa variante.

Palavras-chave

SARS-CoV-2, Ômicron, COVID-19, VOC, PARÁ.

Área

Eixo 09 | COVID-19