Dados do Trabalho

Título

TermoTest: uma ferramenta de auxílio ao diagnóstico precoce da Hanseníase

Introdução

A Hanseníase é uma doença milenar cuja eliminação permanece um desafio, principalmente pela sua complexidade clínica. A identificação da perda da sensibilidade em uma lesão de pele é uma parte vital do diagnóstico. Nos estágios iniciais, a sensibilidade térmica pode estar acometida, enquanto a tátil e a dolorosa se mantêm preservadas. Nesse sentido, o uso de uma ferramenta destinada à avaliação da sensibilidade térmica tem como vantagens maior precisão e praticidade, além da padronização do exame, em relação às técnicas semiológicas convencionais. De fato, a incorporação de uma ferramenta como essa no exame da sensibilidade térmica nas buscas ativas em campo mostrou ser capaz de aumentar de 15% a 25% a taxa de diagnóstico em casos precoces. Contudo, a ferramenta proposta por Stumpe e Srinivasan tem como limitador principal o seu custo, além de ser capaz de testar apenas a sensibilidade ao quente.

Objetivo(s)

Relatar o desenvolvimento do TermoTest, uma ferramenta aprimorada para o exame clínico padronizado da sensibilidade térmica em lesões causadas pela Hanseníase.

Material e Métodos

A ferramenta se inspirou no formato de um marca texto para que fosse familiar ao usuário. Foram construídas três pontas para contato com a pele: uma quente, uma fria e uma neutra. Optou-se por utilizar uma pastilha Peltier para o aquecimento e o resfriamento das diferentes pontas. Os protótipos foram modelados por meio do software SolidWorks. O circuito elétrico é alimentado por baterias e foi desenhado no software Proteus Design Suite. A carcaça da ferramenta foi construída por meio da manufatura aditiva. As pontas foram encomendadas em uma usinagem.

Resultados e Conclusão

Com a manufatura aditiva foi possível reduzir consideravelmente o custo de produção da ferramenta. Além disso, a escolha da pastilha Peltier possibilitou o alcance de temperaturas quentes e frias em uma ferramenta portátil, expandindo a capacidade de avaliação da perda de sensibilidade. O TermoTest tem potencial para caracterizar mais precisamente as lesões de pacientes com Hanseníase, de maneira minimamente invasiva. Os dados gerados a partir da sua aplicação podem ser futuramente integrados a algoritmos de inteligência artificial como o AI4Leprosy para melhoria de suas performances. Dessa forma, espera-se que a ferramenta contribua para a quebra da cadeia de transmissão da doença. Agradecemos à Sicoob Crediriodoce, à Fapemig (APQ-02253-22) e ao Galpão 205 pelo apoio ao projeto.

Palavras-chave

Hanseníase; Neuropatia de Pequenas Fibras; Impressão Tridimensional; Dermatopatias

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde