Dados do Trabalho

Título

HEPATITES VIRAIS: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2017 A 2020

Introdução

As hepatites virais são infecções de notificação compulsória causadas por diferentes agentes etiológicos que se assemelham quanto aos aspectos clínicos e laboratoriais e apresentam especificidades relacionadas às diferenças epidemiológicas e ao seu quadro de evolução. Quanto à transmissão, a hepatite A é transmitida por via fecal-oral e pela ingestão de alimentos e água contaminados, tendo grande relação com os baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal das populações. A hepatite B se transmite, comumente, por vias parenteral e sexual, ao passo que a hepatite C pelo uso de drogas injetáveis, transfusão sanguínea e terapias invasivas com utensílios infectados. A prevalência das hepatites virais é maior em populações pobres, constituindo-se como um grande problema de saúde pública, pois estão relacionadas às hepatopatias e aos processos de transplantes de fígados no Brasil.

Objetivo(s)

Verificar a ocorrência das hepatites virais nos municípios do estado do Pará no período de 2017 a 2020.

Material e Métodos

Foram utilizadas as informações do banco de dados secundário do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), fornecido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Trata-se de um estudo epidemiológico com caráter descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo.

Resultados e Conclusão

Durante o período de 2017 a 2020, foram notificados 2531 casos, destacando-se a hepatite B com 46,62% (N=1180) e a hepatite C com 42,95% (N=1087), sendo o ano de 2019 o detentor de maior número de ocorrências, totalizando 718 casos. Em relação aos municípios, ressaltam-se as cidades de Belém, que apresentou 937 casos, com destaque para a hepatite C que possui 66,49% (N=623) desses casos, seguido de Santarém que apresentou 420 casos com destaque para a hepatite B, que expressou 56,43% (N=237) desses casos e Marabá que manifestou 241 casos com destaque para a hepatite B, a qual totalizou 67,22% (N=162) desses casos. Quanto ao perfil da população dos acometidos pelas hepatites virais, notou-se que 83,41% (N= 2111) eram pardos, 51,60% (N=1306) homens, 28,92% (N= 732) possuem ensino fundamental incompleto e 39,75% (N= 1006) dos casos são da faixa etária entre 40-59 anos de idade. Esses dados indicam a necessidade da expansão de programas de orientação e controle das hepatites, por via de ações de prevenção primária como a educação permanente da população e ampliação das melhorias estruturais do sistema de saneamento básico no Pará.

Palavras-chave

Hepatites Virais; Epidemiologia; Saúde Pública