57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Série histórica de acidentes por escorpião em Fortaleza-CE (2007-2020): Um estudo descritivo

Introdução

Objetivo(s)

Descrever o perfil epidemiológico e os aspectos clínicos dos casos de acidente ocasionados por escorpiões em Fortaleza-CE no período de 2007 a 2020.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado por meio do levantamento de dados das notificações de acidente por animais peçonhentos do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN) em Fortaleza, Ceará, nos anos de 2007 a 2020 . Foi utilizado o software STATA 15.1 para apresentação de frequência absoluta e relativa, e calculado as medidas de tendência central de acordo com a normalidade. Para um melhor entendimento sobre a distribuição espacial dos acidentes por escorpião, utilizou-se a técnica de mapa de calor. As variáveis adotadas foram: Tipo de unidade notificadora, tempo decorrido entre a picada e o atendimento, faixa etária (≤ 9 anos, 10 a 19, 20 a 39, 40 a 59, e ≥80 anos), sexo, logradouro, local da picada, classificação do caso, tipo de manifestações, principais manifestações locais e evolução do caso.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 28.147 acidentes por escorpiões. Os dados apresentam uma tendência ascendente, saindo de 441 acidentes em 2007 para 3.974 acidentes em 2019, e caindo para 3.010 acidentes em 2020. A média foi de 2.010,5 acidentes por ano, com desvio padrão de 1.108,8. O georreferenciamento foi de um total de 26.842 acidentes, detectando um aglomerado importante de alta concentração em toda a área noroeste do município. Entretanto, outros aglomerados de menor relevância são observados nas regiões mais centrais. A busca por atendimento médico ocorreu na maioria dos casos em menos de 3 horas (37,1%), e em unidade pública de referência do município (95,6%). Houve um predomínio de casos em indivíduos da faixa etária de 20 a 39 anos (33,42%), e cerca de 66,2% dos acidentes foram em mulheres. Os principais locais da picada foram, o pé (28,2%), a mão (21,4%), e dedo da mão (16,7%). Os casos foram leves (99,0%), com manifestações clínicas locais (98,2%). As principais manifestações locais foram, dor (98,7%), parestesia (25,7%) e edema (3,8%). A evolução dos casos foi de 99,7% (n=27.973) para cura, e apenas 3 óbitos, nos anos de 2012 e 2014. Houve um aumento de acidentes por escorpião com concentração de casos na região noroeste do município. Foi observado uma frequência maior de casos em mulheres e na faixa etária de 20 a 39 anos. A maioria das manifestações clínicas foram locais, com evolução para cura.

Palavras-chave

Picadas de Escorpião, Sistemas de Informação em Saúde, Vigilância Epidemiológica

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Hildinara de Souza Lima, Patrícia Pereira Lima Barbosa, Andressa Lima Alves, Anna Karolinne Morais e Araújo, Rebeca de Souza Oliveira, Osmar José do Nascimento, António Silva Lima Neto