57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM FORTALEZA, CEARÁ, NO ANO DE 2021

Introdução

A leishmaniose visceral é uma importante zoonose crônica e sistêmica. O cão é o principal reservatório na área urbana e a enzootia canina precede a ocorrência da doença em humanos.

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Fortaleza, Ceará, no ano de 2021.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral. Foram realizados dois testes, conforme metodologia estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS): teste de triagem com o TR DPP® e o ensaio imunoenzimático (ELISA) para confirmação dos animais reagentes. Considera-se caso confirmado o cão reagente nos dois exames. O TR DPP® e a coleta de sangue ocorreram por inquéritos sorológicos nos bairros com transmissão moderada e intensa, conforme o índice de transmissão do triênio, e por demanda espontânea na Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e em oito boxes de zoonoses distribuídos no município. O teste ELISA foi realizado no Laboratório de Leishmaniose, localizado na UVZ. Para o cálculo da prevalência, foi utilizado o censo canino realizado no trabalho de rotina dos Agentes de Combate de Endemias (ACE). Somente foi considerada a prevalência dos bairros que apresentaram resultados significativos, com mais de 10% de sua população canina testada e/ou que atingiram o amostral preconizado pelo MS para inquérito sorológico canino. O software Quantum GIS (QGIS), versão 2.18.10 “Las Palmas”, foi utilizado para elaborar o mapa de prevalência do município e os valores das prevalências foram classificados em cinco classes por quebra natural (Jenks).

Resultados e Conclusão

Foram realizados 48.906 testes TR DPP® válidos nos cães residentes em Fortaleza, dos quais 5.414 animais foram reagentes (11,07 %). A partir dos resultados de TR DPP® reagente, foram coletadas 3.174 amostras para o teste de ELISA. Destas, 1.967 foram positivas. Aproximadamente, 18% (48906/262066) da população canina de Fortaleza foi testada para LVC e a prevalência foi de 75 casos a cada 10.000 cães (1967/262066). Dos 121 bairros, 53 apresentaram resultados representativos, dispostos em mapa de prevalência por bairros conforme as classes numéricas: dois entre 2,58 a 3,52%; nove entre 1,46 a 2,58%; 12 entre 1,01 a 1,46%; 16 entre 0,64 a 1,01% e 14 entre 0 a 0,64%. Com base neste trabalho, foi possível identificar os bairros com maior prevalência da enfermidade canina no Município, o que contribui no planejamento e direcionamento das ações de vigilância e controle.

Palavras-chave

TR DPP®, ELISA, mapas

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

ANDRE DE MEDEIROS COSTA LINS, CECÍLIA GUEDES DE OLIVEIRA ALMEIDA, LIVIA SCHELL WANDERLEY, CHRISTIANY MELO CAMBRAIA, KELLY MARQUES DE MELO, SÉRGIO DE OLIVEIRA FRANCO, KLESSIANY SOARES RODRIGUES, FRANCISCO ATUALPA SOARES JÚNIOR, NÉLIO BATISTA DE MORAIS