57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FLEBOTOMÍNEOS CAPTURADOS EM RESIDÊNCIAS COM CASOS HUMANOS CONFIRMADOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO ANO DE 2021 NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, CEARÁ

Introdução

Os flebotomíneos são insetos vetores responsáveis pela transmissão de protozoários do gênero Leishmania, causadores das leishmanioses. As principais espécies de flebótomos de importância médica são Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912), Migonemyia migonei (França, 1920) e Nyssomyia whitmani (Antunes, 1939).

Objetivo(s)

Neste trabalho, objetivou-se analisar as quantidades e as espécies de flebotomíneos capturadas durante a investigação entomológica nas residências dos casos humanos confirmados de leishmaniose visceral (LV) , no município de Fortaleza, Ceará, no ano de 2021.

Material e Métodos

Para tanto, foram instaladas armadilhas luminosas do tipo CDC (Center on Disease Control) em 31 casas com presença de casos humanos confirmados para LV. Essas armadilhas permaneceram de um a dois dias no local, no peridomicílio e no intradomicílio. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo software Bioestat, versão 5.3, e as diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Tukey com nível de significância de 5%.

Resultados e Conclusão

Ao total, observou-se que todas as casas possuíam flebotomíneos de importância médica: 93,54% (29/31) no peridomicílio e 19,35% (6/31) no intradomicílio. No peridomicílio, 98,97% (479/484) dos flebótomos encontrados eram de interesse médico: Lu. longipalpis – 76,62% (367/479); Mg. migonei – 23,17% (111/479) e Ny. whitmani – 0,21% (1/479). No intradomicílio, 100% (202) dos flebotomíneos encontrados eram de interesse médico, sendo das espécies Lu. longipalpis, 79,70% (161/202), e Mg. migonei, 20,30% (41/202). Não houve diferença estatística (p > 0.05) entre Lu. longipalpis e Mg. migonei, respectivamente, tanto no peridomiciliar (12,23 ± 16,55 vs. 10,09 ± 14,88), quanto no intradomicílio (26,83 ± 35,28 vs. 13,66 ± 14,57). Além disso, também não houve diferença significativa (p > 0.05) por sexo para Lu. longipalpis, 8 ± 13 machos e 4 ± 4 fêmeas, e para Mg. migonei, 7 ± 10 machos e 3 ± 5 fêmeas, no peridomicílio. O mesmo dado se repetiu no intradomicílio: 21 ± 31 machos e 6 ± 5 fêmeas de Lu. Longipalpis; 11 ± 13 machos e 3 ± 2 fêmeas de Mg. migonei. Através da investigação entomológica, é possível identificar as espécies mais predominantes e assim contribuir para as ações de orientação e controle mais eficaz do vetor, com intuito de reduzir os casos da doença.

Palavras-chave

armadilha luminosa, Lutzomyia longipalpis, Migonemyia migonei, peridomicílio, intradomicílio.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

ANDRE DE MEDEIROS COSTA LINS, CECÍLIA GUEDES DE OLIVEIRA ALMEIDA, FABRÍCIO KÁSSIO MOURA SANTOS, LIVIA SCHELL WANDERLEY, CHRISTIANY MELO CAMBRAIA, KELLY MARQUES DE MELO, LEONARDO MOISES SALES BUENO, KLESSIANY SOARES RODRIGUES, FRANCISCO ATUALPA SOARES JÚNIOR, NÉLIO BATISTA DE MORAIS