57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA AO SARS-COV-2: O PODER DE INIBIÇÃO DOS ANTICORPOS NEUTRALIZANTES PRÉ E PÓS VACINAÇÃO

Introdução

Objetivo(s)

Determinar a taxa de inibição de anticorpos neutralizantes contra a Covid-19 antes e depois na vacinação com a CoronaVac e reforço (3ª dose) com a Pfizer.

Material e Métodos

Estudo de coorte prospectivo de maio/20 a novembro/21 com a análise de 204 amostras de sangue de profissionais de saúde, convalescentes (n=182) e não convalescentes (n=22) para Covid-19, de dois Hospitais públicos de Campo Grande/MS. O grupo de convalescentes foi formado por amostras coletadas em quatro momentos: 14 (n=67) e 28 (n=74) dias após o diagnóstico de Covid-19, anterior à vacinação; e antes (n=11) e depois (n=30) do reforço. O grupo de não convalescentes incluiu amostras de dois momentos: antes (n=17) e depois (n=5) do reforço. Para realização do teste de neutralização foi utilizado o Kit cPass™ SARS-CoV-2 da GenScirpt. Porcentagens de inibição >30% foram consideradas positivas. Estudo aprovado pelo CEP/UFMS parecer nº 5.230.463.

Resultados e Conclusão

A maiorias das amostras foram positivas, sendo 71,6% (48/67) das amostras coletadas após 14 dias da doença e 77,0% (57/74) após 28 dias, antes da vacinação; 90,9% (10/11) das amostras em convalescentes e 64,7% (11/17) em não convalescentes, ambas após a vacinação e antes do reforço. Ninguém teve resultado negativo após a 3ª dose. Já a média da taxa de inibição dos anticorpos neutralizantes para as amostras coletadas após 14 e 28 dias, foi de 52,7% (IC95% 41,6%-59,2%) e 56,7% (IC95% 50,0%-63,4%), respectivamente. Para as amostras coletadas antes do reforço, a média da taxa de inibição em convalescentes foi de 80,1% (IC95% 59,5%-100,7%) e de 42,8% (IC95% 26,4%-59,2%) em não convalescentes. Nas amostras após o reforço, a média da taxa em convalescentes foi de 99,2% (IC95% 97,9%-100,4%) e de 99,8% (IC95% 99,6%-100,0%) em não convalescentes. Em convalescentes, de 14 para 28 dias, a taxa de inibição aumentou em 7,6% (56,7%), de 28 dias para antes do reforço o aumento foi de 41,3% (80,1%), de antes para depois do reforço o incremento foi de 23,8% (99,2%). Já em não convalescentes, o acréscimo de antes para depois do reforço foi de 133,2% (99,8%). A administração da dose de reforço (3ª dose) demonstrou-se importante principalmente para as pessoas não experimentadas para doença, pois antes de receberem a 3ª dose elas mantinham potencial de inibição viral 37% menor do que as pessoas que tiveram Covid-19. Depois da dose de reforço nossos resultados não demostraram superioridade de inibição entre convalescentes e não convalescentes.

Palavras-chave

SARS-CoV-2; Vacina; Anticorpos Neutralizantes

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Samara Vilas-Bôas Graeff, Antônio Luiz Dal Bello Gasparoto, Emmanuela Maria de Freitas Lopes, Fernanda Paes Reis, Aline Pedroso Lorenz, Júlio Henrique Rosa Croda, Anamaria Mello Miranda Paniago, Ana Ana Rita Castro Coimbra, Ana Paula da Costa Marques, James Venturini, Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira