57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Analise morfométrica de embriões de Aedes aegypti mantidos sob as condições climáticas previstas pelo IPCC para 2100

Introdução

As consequências das mudanças climáticas sobre os mosquitos de importância médica vêm ganhando notoriedade nas últimas décadas (Liu-Helmersson et al. 2019). A influência dos fatores temperatura e CO2 pode alterar o ciclo biológico dos vetores, mas os efeitos a longo prazo são pouco compreendidos. Dentre os insetos transmissores de doenças, Aedes aegypti se destaca como o principal transmissor de arbovírus urbano do mundo (Chaves et al. 2014, Fischer et al. 2019). A nutrição do embrião durante a oogenese é um dos fatores associados a sua capacidade de resistir a longos períodos de quiescência, mantendo o embrião viável até o retorno das condições favoráveis para emergência nos criadouros (Cho et al. 2006). Neste contexto, a morfometria comparativa da cápsula encefálica dos embriões do vetor, entre condições climáticas distintas, pode apontar os efeitos climáticos a longo prazo sobre a longevidade dos imaturos nos criadouros em condições desfavoráveis.

Objetivo(s)

Analisar a morfometria da cápsula encefálica dos embriões de A. aegypti expostos a cenários de mudanças climáticas por meio de microscopia confocal.

Material e Métodos

Ovos de A. aegypti foram obtidos a partir de colônias mantidas a mais de setenta gerações em simulação climática sendo ambiente controle (condições ambientais atuais), branda, intermediária e extrema, segundo o IPCC. Estes foram clarificados, processados e imageados por microscopia confocal (Mundim-Pombo et al. 2021). Os dados de comprimento e largura da cápsula encefálica foram submetidos ao teste de normalidade, e as médias comparadas por meio de análise de variância.

Resultados e Conclusão

Há influência do ambiente brando e intermediário sobre o aumento do comprimento da cápsula encefálica dos embriões (p < 0,001); contudo, não há diferença entre o cenário atual e extremo (p > 0,05). As medidas da largura no cenário brando, intermediário e extremo, em relação ao atual, apresentaram incrementos (p < 0,001). Contudo, entre o cenário intermediário e extremo, não foram verificadas diferenças (p > 0,05). Portanto, há uma tendência para o aumento das medidas da cápsula encefálica em função do agravamento das condições climáticas, indicando uma adaptação dos embriões aos cenários climáticas adversos. Estas características são favoráveis para a permanência em ambientes extremos, com influencia sobre a sua epidemiologia nas próximas décadas.

Palavras-chave

arboviroses; Amazônia; dengue; efeito estufa, microscopia.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Joaquim Ferreira do Nascimento, Francisco Augusto da Silva Ferreira, Rosemary Aparecida Roque, Marjory Ximenes Rabelo, Jéssica Araújo Marques, Aldenora dos Santos Vasconcelos, Jander Matos Guimarães, Cláudia Patrícia da Silva Tavares, Jessica Cavalcante Barros, Bruna Felipe Olavo da Silva, Adalberto Luis Val