Dados do Trabalho

Título

Rondônia: rumo a eliminação da transmissão vertical do HIV

Introdução

A transmissão vertical (TV) do HIV ainda representa grande desafio para a saúde pública nacional e reflete disparidades quando analisada de forma regionalizada, demandando estratégias integradas de prevenção, vigilância e assistência para intervir no complexo processo infeccioso da doença e nos hábitos e costumes da população. Na região Norte, o estado de Rondônia, em parceria com Ministério da Saúde (MS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) e municípios, vem apoiando e fortalecendo políticas públicas, com forte impacto na qualidade do pré-natal. Dentre tais políticas citamos: Rede Cegonha; Planificação da Atenção Primária à Saúde; Protocolo Estadual de Pré-Natal; financiamento sustentável do Ministério da Saúde; ampla distribuição e qualificação em diagnóstico por testes rápidos, associados à disponibilidade de tratamento; implantação de 12 Serviços de Atendimento Especializado (SAE); parceria e financiamento da OPAS para projetos estratégicos; além da participação da população em ações de rotina, campanhas e extramuros.

Objetivo(s)

Analisar a dinâmica da TV do HIV em Rondônia, no período de 2012 a 2021 e a atual situação para a certificação estadual.

Material e Métodos

Estudo descritivo que analisou o comportamento de critérios e metas de eliminação da TV do HIV, em Rondônia, entre de 2012 a 2021, utilizando indicadores de impacto e de processo, definidos pelo MS e OMS. Foram analisados: taxa incidência (TI) de HIV em crianças; proporção de crianças infectadas com HIV entre crianças expostas; cobertura mínima de quatro consultas no pré-natal; cobertura de gestantes com pelo menos um teste HIV no pré-natal; cobertura de gestantes vivendo com HIV em uso de TARV; cobertura de crianças expostas ao HIV que receberam profilaxia antirretroviral adequada.

Resultados e Conclusão

Nos últimos dez anos, os casos de TV do HIV e as taxas de incidência sofreram queda sustentável. Entre 2012 a 2015, a média foi de 3 casos/ano e entre 2016 a 2021, de 1 caso/ano. A partir de 2018, apenas Porto Velho notificou casos (1 caso/ano). Em 2021 a TI estadual foi de 0,04/1000NV e de Porto Velho de 0,13/1000NV. Nesse ano, dois municípios (Vilhena e Ji-Paraná), os primeiros da região Norte, foram indicados a receber o Certificado da Eliminação da TV do HIV, com possibilidade de, em 2022, o Estado de Rondônia receber a Certificação.

Palavras-chave

Transmissão vertical, HIV, IST, Prevenção combinada.