Dados do Trabalho

Título

Alterações na matriz extracelular e na localização de esplenócitos no baço de camundongos infectados com Leishmania infantum são exacerbadas em animais previamente desnutridos

Introdução

A desnutrição é um fator de risco para o desenvolvimento da leishmaniose visceral (LV). Nosso grupo demonstrou que a desnutrição proteica altera o número de esplenócitos, a microarquitetura e a resposta imune no baço de animais infectados, sugerindo que a distribuição e localização dos linfócitos T e B no órgão, bem como a expressão de moléculas envolvidas na migração celular podem estar comprometida.

Objetivo(s)

Analisar o efeito da desnutrição proteica na distribuição, localização e ativação de subpopulações linfocitárias e na expressão das moléculas de matriz extracelular no baço de camundongos infectados com Leishmania infantum.

Material e Métodos

camundongos BALB/c machos (n=48) de 3-4 semanas de idade foram alimentados com uma dieta controle (CP - 14% de proteína) ou uma dieta com baixo teor de proteína (LP - 4% de proteína). Após sete dias de dieta, cada grupo foi dividido em dois e um deles foi infectado com L. infantum, resultando em quatro grupos experimentais: CP, LP, CPi e LPi. Depois de 14 dias de infecção, os animais foram eutanasiados e o baço analisado.

Resultados e Conclusão

A análise imuno-histoquímica revelou aumento da expressão e deposição de laminina e fibronectina na polpa vermelha esplênica de animais LPi. Além disso, os níveis de MMP-10 foram aumentou no baço de camundongos LP e LPi, enquanto os níveis de TIMP1 foram diminuídos nesses animais, esses resultados sugerem que a desorganização esplênica induzida pela desnutrição é mediado por mudanças no MEC. Observamos hipertrofia da bainha linfática periarteriolar mediada pelo acúmulo de células T CD4+ e um aumento significativo dessas células na região folicular de animais LP e LPi. Além disso, observamos um aumento significativo de células T CD8+ na polpa vermelha do LPi animais. Enquanto os animais CPi mostram uma diminuição significativa nas células B220+, os animais LPi mostram um aumento significativo na porcentagem de área positiva para este marcador no vermelho esplênico polpa. Também observamos uma diminuição significativa no perfil de proliferação celular no baço de camundongos LP e LPi e um aumento significativo e precoce na carga parasitária esplênica de animais LP. Juntos, nossos resultados sugerem que a desorganização esplênica induzida e agravada pela desnutrição compromete o controle de parasitas mediado por células T neste órgão.

Palavras-chave

Desnutrição proteica; Leishmania infantum; baço; subpopulações de linfócitos; matriz extracelular