Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico e desfechos do tratamento de tuberculose em pacientes com doenças mentais

Introdução

As doenças psiquiátricas podem acometer a capacidade de autocuidado e interferir na disciplina que o tratamento da tuberculose (TB) exige.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico e os desfechos do tratamento de tuberculose em pacientes com doença mental entre 2011 e 2021 no Brasil.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico, retrospectivo, quantitativo e descritivo acerca do perfil epidemiológico e dos desfechos do tratamento de TB em pacientes com doença mental em um espaço de 10 anos (2011-2021) nas cinco regiões do Brasil, realizado com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a partir do Sistema De Informação De Agravos De Notificação (SINAN).

Resultados e Conclusão

No período de 2011 a 2021 foram confirmados 22853 casos de TB em pacientes com doenças mentais, com uma média anual de 2077.54±161.29 notificações, passando de 1869 em 2011 para 2146 em 2021, onde a região Sudeste apresenta 40.9 do total de casos seguido pelo Nordeste com 29.9%. Quanto à idade, 41.2% tinham entre 20 e 39 anos e 40.8% entre 40 e 59 anos; do total 69.02% eram homens e 30.98% mulheres. Quanto à incidência, a região Sul apresentou o maior crescimento do coeficiente de incidência (CI), passando de 0.77 (2011) para 0.87 (2021), enquanto o Sudeste reduziu de 0.82 (2011) para 0.68 (2021), o Norte obteve um aumento de 13%, passando de 0.60 (2011) para 0.68 (2021). Dos casos, 12817 (56.1%) tiveram como desfecho a cura, 3186 (13.9%) abandonaram o tratamento, em 188 (0.8%) ocorreu o abandono primário, 1317 (5.7%) foram à óbito em função da TB e 1296 (5.6%) foram à óbito por outras causas. Embora o número de casos confirmados tenha aumentado de 1869 (2011) para 2146 (2021) o número de curados declinou de 1198 para 362, uma redução de 69.8%; tendo o Norte um declínio de 75.1%, o Centro-Oeste de 81.1%, o Sudeste de 71.3%, o Nordeste de 72.1% e o Sul de 78.4%. Aliado a essa redução, o abandono primário aumentou de 3 (2011) para 21 (2021), com o Sul representando 66.6%. O número de óbitos por TB aumentou 9.2% e por outras causas reduziu 22.6%. Desse modo, os casos de TB em pessoas com disfunções mentais concentram-se no Sudeste; as faixas etárias de maior índice foram de 20 a 39 anos e 40 a 59 anos; com maior acometimento do sexo masculino. O CI apresentou um aumento expressivo no Sul, enquanto houve uma redução no Sudeste. Por fim, o número de casos confirmados aumentou, o de curados diminuiu e, em 10 anos, houve importante aumento do abandono primário.

Palavras-chave

Tuberculose, Perfil epidemiológico, Doença mental.