Dados do Trabalho

Título

A Pandemia de COVID-19 influenciou no diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis, sífilis adquirida e HIV, no Estado do Rio de Janeiro?

Introdução

O impacto da epidemia de aids e sífilis no Estado do Rio de Janeiro - ERJ ainda é um grande desafio a ser enfrentado por gestores, profissionais de saúde e a sociedade. A pandemia de COVID-19 afetou o sistema de saúde brasileiro, pois muitos diagnósticos de outras doenças não foram realizados, impactando nas mortes e novos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis - ISTs. O ERJ realiza testes rápidos oferecidos pelo SUS para detecção da sífilis. Em relação ao HIV, o ERJ avançou no processo de Educação Permanente em Prevenção Combinada, aprofundando o diálogo sobre profilaxias.

Objetivo(s)

Assim buscou-se avaliar como a pandemia de COVID-19 influenciou no quantitativo de diagnósticos de ISTs, sífilis adquirida e HIV, no ERJ nos anos de 2016 a 2020.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo analítico com observação de registros de casos de sífilis adquirida e HIV, IST’s de notificação compulsória, identificados entre 2016-2020. Os dados foram retirados do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Resultados e Conclusão

Ao verificarmos os dados de sífilis adquirida no ERJ, verificamos 7.285 casos em 2016, 11.990 em 2017, 15.599 em 2018,16.819 em 2019 e 13.612 em 2020. Ao tratarmos do diagnóstico de HIV, verificamos 1.923 casos em 2016, 1.713 em 2017, 1.370 em 2018, 1.275 em 2019 e 745 casos em 2020. No que tange as taxas brutas de mortalidade por AIDS como causa básica, observa-se uma redução gradual no período analisado, respectivamente ao longo dos anos: 10,5; 9,5; 9,1; 8,5; e 8,2. Percebemos que o padrão de diagnósticos de sífilis adquirida se manteve ao longo dos anos de 2016 e 2020 no ERJ. Apesar de uma pequena redução do número de casos em 2020, se comparado com 2019, não podemos assumir que tal dado tenha relação com a pandemia de COVID-19. É importante saber que quanto mais cedo se descobre a infecção, menor o risco de adoecimento, tanto para os adultos quanto para os bebês. Óbitos que seriam evitáveis, já que o diagnóstico e tratamento são gratuitos pelo SUS. Quando se trata do diagnóstico de HIV, notamos um padrão ao longo dos anos de 2016 a 2019 e uma redução significativa em 2020. Dessa forma, nota-se a influência da pandemia de COVID-19 no diagnóstico de HIV. É fundamental balizar as políticas públicas de saúde em evidências e dados epidemiológicos. Em relação à sífilis adquirida, é fundamental que os parceiros sexuais também sejam tratados para que não haja reinfecção.

Palavras-chave

Infecções Sexualmente Transmissíveis
COVID-19
Estudos Epidemiológicos