Dados do Trabalho
Título
Perfil sociodemográfico dos casos novos de hanseníase diagnosticados na atenção primária e centros de referência no município de Fortaleza, Ceará
Introdução
O Ceará é o sexto estado do Brasil em número de casos de hanseníase, sendo Fortaleza o município com mais reportes de diagnósticos. A Atenção Primária à Saúde (APS) deve ser porta de entrada do sistema de saúde devendo estar apta a monitorar a situação epidemiológica e conduzir ações de enfrentamento e controle a nível territorial. Nota-se, no entanto, uma concentração dos diagnósticos e condutas na Atenção Secundária em Saúde (ASS), dificultando o acompanhamento e reconhecimento destes pela APS.
Objetivo(s)
Descrever o perfil sociodemográfico dos casos novos de hanseníase notificados na APS e nos Centros de Referência em um município do estado do Ceará no período de 2014 a 2021.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo com dados secundários. Incluiu-se casos novos (CN) de hanseníase diagnosticados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2014 a 2021 em um município do estado do Ceará. As variáveis incluíram: idade, sexo, escolaridade, raça/cor, classificação operacional e forma clínica, grau de incapacidade, sendo a análise de dados realizada através de software.
Resultados e Conclusão
Foram reportados 5337 CN de hanseníase, sendo 3.496 (65,6%) em centros de referência e 1841 (34,5%) na APS. 3.075 (57,6%) homens, 1.857 (34,8%) com ensino fundamental, 3341(62,6%) pardos. 844 diagnósticos em menores de 15 anos, sendo 58,9% na ASS. Em ambos os cenários houve maior diagnóstico de multibacilares (MB) (65,6%), havendo na APS maior distribuição entre as formas clínicas, enquanto na ASS 51,83% são dimorfos. Quanto ao grau de incapacidade, 470 (25,5%) não foram avaliados na APS, 579 (16,6%) na ASS. Nota-se que 26,3% dos diagnósticos na ASS possuem algum grau de incapacidade física, já na APS 590 (32%) não foram avaliados/em branco. Na APS, 803(43,6%) foram detectados por demanda espontânea, 91 (4,9%) por exame de contatos e coletividade, enquanto na ASS 71,7%(n=2,508) dos CN foram por encaminhamento. Nota-se a ocorrência da transmissão ativa da doença, sendo significativo o número de casos em menores de 15 anos e destacando um alto número de diagnósticos do tipo MB, apontando à necessidade de reforçar a vigilância e busca ativa dos contatos pela APS para potencializar a detecção precoce; assim como a falta de avalições do grau de incapacidade e entrada por encaminhamento na ASS apontam à necessidade de treinamento de profissionais na prevenção de incapacidades na APS.
Palavras-chave
Hanseníase - Atenção Primária à Saúde - Atenção Secundária de Saúde
Área
Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Lucía Belén Pérez, Viviane Monteiro Goes, Rayssa Ferreira Sales de Prado Oliveira, Jefferson Matos Araujo, Nagila Nathaly Lima Ferreira, Aymée Medeiros Rocha, José Alexandre Menezes da Silva, Natália Régia Farias da Silva, Carmem Emmanuely Leitão Araújo