57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Utilização de fármacos off label para tratamento da COVID-19 por estudantes de medicina.

Introdução

Anteriormente à pandemia do SARS-CoV-2, a taxa de automedicação entre os brasileiros era de 16,1%. Entre estudantes de medicina essa taxa pode ser maior devido aos novos conhecimentos adquiridos, esse índice pode ter sofrido interferência da intensa divulgação de fármacos off label para tratamento e prevenção da COVID-19.

Objetivo(s)

Analisar a prevalência da automedicação entre estudantes de medicina durante a pandemia de COVID-19 para tratamento e prevenção da infecção e as principais fontes de informação utilizadas para a escolha dos fármacos.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo transversal, entre estudantes de medicina da Universidade do Estado do Pará, com aplicação de questionário estruturado com questões sociodemográficas e de automedicação, entre julho de 2021 e março de 2022.

Resultados e Conclusão

Foram analisados dados de 135 acadêmicos. Nos dados sociodemográficos, 77 foram do sexo feminino; a média de idade de 22,82±4,78 anos (Q0=18 e Q4=59); quanto à etnia, 59 se autodeclararam brancos, 59 pardos, 15 negros e 2 amarelos. Na autopercepção da saúde antes e durante a pandemia 71 não observaram mudança, 50 relataram piora da saúde e 14 relataram melhora. A percepção de uma saúde melhor após o início da pandemia apresentou relação diretamente proporcional com a renda familiar. Quanto à automedicação, 46 praticaram, dentre estes, 36 para tratamento e 10 para prevenção. A azitromicina (18,52%) foi a droga mais utilizada, seguida pela ivermectina (17,78%) e pelos corticosteroides (10,37%). As principais fontes de informação acerca das drogas que supostamente tratavam ou preveniam a COVID-19 foram os profissionais de saúde (60.00%), fontes jornalísticas e internet, ambos citados como fonte por 44.44%; as redes sociais e pessoas próximas, citados por 39.26% dos participantes. Observou-se também que após o início da pandemia houve um aumento no uso profilático de medicamentos (3,99%), e no hábito de estocar medicamentos (5,79%), porém foi observada uma redução no hábito de usar medicamentos sem prescrição médica (10,85%). Assim, constatou-se expressivo uso off label de medicamentos de forma profilática e terapêutica, sendo a orientação de profissionais da saúde e a propagação de informações por mídias sociais as principais influências. No entanto, a proximidade acadêmica com médicos pode ter favorecido o acesso a receitas médicas, contribuindo para que não houvesse uma alarmante prevalência de automedicação entre a população estudada.

Palavras-chave

COVID-19, Automedicação, Educação em saúde, Estudante de medicina.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Micaella Yanne Fender Lobato, José Felipe Teixeira Borges, Mateus Itiro Tamazawskas Otake , Joyce Pantoja Braga , Nyara Rodrigues Conde De Almeida, Victor Matheus Mendonça De Araújo , Rafael Silva Lemos, Maria Fernanda de Almeida Cavalcante Aranha, Luiz Felipe Silva Marcião, Gabriel Canto Bandeira de Sousa, Márcia de Fátima Maciel De Rojas