Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico das hepatites A, B e C no estado do Pará de 2010 a 2020

Introdução

O vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da hepatite B (HBV) causam doenças endêmicas que atingem principalmente os profissionais de saúde e os usuários de drogas ilícitas, os quais estão mais sujeitos à contaminação por objetos perfurantes. Por outro lado, o vírus da hepatite A (HAV) apresenta uma transmissão fecal-oral e está mais presente em regiões em desenvolvimento, como o Brasil e, mais especificamente, a região Norte. Assim, tendo em vista diferentes modos de transmissão e de prevalência das hepatites virais, traçar um perfil epidemiológico se torna uma tarefa essencial, principalmente em áreas em desenvolvimento como o Pará.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico das hepatites A, B e C no estado do Pará de 2010 a 2020.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo realizado a partir da coleta de dados referentes às hepatites A, B e C do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). O software Microsoft Excel 2016 foi utilizado para a organização dos dados.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 8772 casos confirmados entre 2010 e 2020, com média anual±desvio padrão de 797,4±233,7, e com o pico de notificações em 2012 e 2013, com, respectivamente, 1153 e 1046 casos. De 2010 a 2020 houve uma diminuição de 62% no número de casos. A capital Belém foi o município onde houve o maior número de casos notificados durante esses anos (1268 casos), seguida pelo município de Santarém, que confirmou cerca de 1029 casos nesse mesmo período. Contudo, a microrregião de Santarém, apesar de menor em tamanho e em número de habitantes, ultrapassa em um caso a microrregião da capital paraense (1806 e 1805 casos, respectivamente). A faixa etária na qual a doença foi mais predominante foi de 20 a 39 anos, a raça predominante foi a parda (80,9%), e, quanto ao sexo dos pacientes, houve uma pequena predominância masculina, com 52,8% dos casos. A classe etiológica predominante de infecção foi a hepatite A, com 3692 casos, seguida da hepatite B, com 2590 casos confirmados. Em relação aos exames laboratoriais, 7287 (83%) dos casos foram confirmados após exame laboratorial e, dentre os exames, o mais realizado foi o HBsAg. Assim, conclui-se que o maior número de casos de hepatite ocorreu nos grandes centros do estado do Pará, em adultos pardos, prevalecendo a hepatite A. Sendo assim, intervenções que coíbam a transmissão fecal-oral são imprescindíveis para a redução desses indicadores.

Palavras-chave

Hepatite Viral Humana; Perfil Epidemiológico.