57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

EMERGÊNCIA DA DENGUE NO BRASIL: CENÁRIO SANITÁRIO E AMBIENTAL, ENTRE 2010 E 2021

Introdução

Objetivo(s)

Avaliar o perfil da Dengue e sua relação com contextos sanitárias e ambientais no Brasil, entre 2010 e 2021

Material e Métodos

Estudo observacional com dados a partir do Sinan e SIH/SUS, MapBiomas e SNIS. Para elaboração gráfica, utilizou-se Microsoft Excel 2016.

Resultados e Conclusão

Foi observado oscilação no período; para incidência, a variação foi de 438,9/100mil (2010) para 206,4/100mil (2021), com picos em 2013, 2015 e 2019 (582,9/100mil–625,3/100mil) e tendência ao aumento de 160,7% nos últimos 5 anos; às internações, entre 48,7/100mil (2010) e 7,4/100mil (2021), com picos em 2010, 2013, 2015 e 2019 (32,4/100mil–26,4/100mil). Ao perfil da Dengue, maiores casos no sexo masculino (55,6%), entre 15-39 anos 948,4%); às internações, sexo feminino (53,2%), entre 15-39 anos (39,2%). Na análise regional/estadual, maiores taxas de incidência (100mil) no Centro-Oeste/CO (9376.3), Sudeste/SE (5764.9), Norte/N (2702.5), Nordeste/NO (2522.3) e Sul/S (2120); sendo maior no Acre/AC (15504.2) e Goiás/GO (12157.8); à internação, CO (687,3), N (441,6), NO (418,5), SE (186,6) e S (96,6), com maiores em Rondônia/RO (1078,8) e GO (903,9). Aos indicadores ambientais e sanitários, houve desmatamento em todos os estados, entre 0,001% no Distrito Federal/DF e 26,4% no Pará/PA; aglomerados subnormais em todo território, mínimo de 0,1% no Rio Grande do Sul/RS e máximo de 34,5% no Amazonas/AM; baixa cobertura de atendimento de água no N (58,9%) e NO (72,4%), com mínima de 33,7% (AP) e máxima de 100% (SC e Paraná/PR); baixo esgotamento sanitário no N (13,1%), NO (30,3%) e CO (59,4%), com 6,7% em RO e 100% em SC; coleta de resíduo entre 73% (MA) e 98,5% (RJ); sistema de drenagem exclusivo entre 8,2% (Piauí/PI) e 100% (DF). Em um cenário de gastos em saúde, entre 2010 e 2021, as internações por Dengue situam-se entre R$ 310,47 (N) e R$373,60 (SE) e, às despesas com saneamento, entre R$ 3,53 (SE) e R$5,06 (N) para água e R$3,53 (SE) e R$5,55 (S) para esgotamento. A partir disso, observa-se a manutenção dos casos e internações por Dengue e o descontrole da doença sendo expresso em picos durante o período e, considerando questões ambientais e sanitárias incipientes no Brasil, sobretudo, aglomerados subnormais e esgotamento sanitário, o perfil do país é alarmante haja vista disparidade entre as regiões/estados e precariedades desses indicadores, especialmente, no CO, SE e N, contribuindo para carga e emergência da doença, e gastos onerando o sistema público de saúde.

Palavras-chave

Dengue, Saneamento básico, Desmatamento

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

ELEM CRISTINA RODRIGUES CHAVES, KLEBER DAS NEVES TRINDADE JUNIOR, ADRIELLE BARBOSA PALMEIRA, BRENDOL PHELIPE SILVA DOS SANTOS, SÉRGIO BELTRÃO DE ANDRADE LIMA, PATRICIA DANIELLE LIMA DE LIMA, MARIA HELENA RODRIGUES DE MENDONÇA, BEATRIZ DOS SANTOS COSTA