57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS NO PARÁ: TENDÊNCIAS TEMPORAIS DOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Introdução

A infecção por Zika Vírus (ZIKV) é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que teve sua primeira detecção no Brasil em 2015. Mesmo apresentando características semelhantes a outras viroses, o ZIKV ganhou notoriedade pela transmissão transplacentária e suas graves consequências - principalmente a microcefalia. Desse modo, o conhecimento epidemiológico da doença é essencial para o controle e prevenção da transmissão materno-fetal.

Objetivo(s)

Analisar os dados dos últimos cinco anos quanto à epidemiologia da infecção por Zika Vírus no Pará.

Material e Métodos

Pesquisa epidemiológica nos dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN) do DATASUS, incluindo informações do Pará nos anos de 2017 a 2021.

Resultados e Conclusão

Foram notificados no SINAN, entre 2017 e 2021, 3.357 casos de infecção por ZIKV, com um decréscimo de 84,3% de 2017 a 2021 (1.465 casos em 2017 e 230 casos em 2021). Apesar da possível influência da pandemia de Coronavírus nos últimos dois anos, a curva decrescente do número de casos já acontecia em 2019, ano no qual foram notificados 411 casos, número 71,9% menor do que em 2017. Pôde-se observar, também, que a faixa etária de maior incidência da doença é de 20 a 39 anos, representando 47,4% do número total de notificações. Segundo o DATASUS, quanto à raça, a maior parte dos registros foram feitos em pessoas pardas, que representam 68,4% do total de acometidos. O sexo feminino foi predominante dentre as notificações, contribuindo com 70,4% das notificações em 2017 e 59,2% das notificações em 2021. Quanto às gestantes, o maior número de casos foi detectado no 2º trimestre, mas em 2021 esse dado foi ignorado em 7,6% dos registros de gestantes -podendo apontar uma possível deficiência na triagem/registro. Em relação à evolução da doença, 63,3% dos acometidos obtiveram cura em 2017, 56,8% obtiveram cura em 2018, 49,4% obtiveram cura em 2019, 79,1% obtiveram cura em 2020 e 66,7% obtiveram cura em 2021 - o que mostra um pequeno aumento em 2020 (possivelmente atrelado à pandemia) que foi reduzido em 2021.
A pesquisa epidemiológica revelou uma significativa queda nos casos de infecção por ZIKV desde 2017, podendo ter relação com a pandemia de Coronavírus e com uma possível subnotificação. Por conta da prevalência de notificações entre mulheres, é necessário manter e intensificar as medidas de prevenção para que a transmissão transplacentária seja evitada.

Palavras-chave

Infecção por Zika vírus; Epidemiologia.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Elizama Raquel de Souza Silva, Bruna Lisboa Nunes, Micandria Yanka Fender Lobato, Leonardo Yohan Santos Chucre de Lima, Luiz Felipe Leão Lima, Luma Maria Favacho Bordalo, Fernando Gabriel dos Santos Santiago, Isabela Ferreira De Freitas, Caio Vinicius Botelho Brito