Dados do Trabalho

Título

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM MUNICÍPIO ENDÊMICO. TRÊS LAGOAS (MS). 2017 a 2021

Introdução

O objetivo do estudo foi descrever aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral (LV) em Três Lagoas.

Objetivo(s)

O objetivo do estudo foi descrever aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral (LV) em Três Lagoas.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com análise quantitativa dos casos de Três Lagoas, área endêmica da doença, com 123.000 habitantes (IBGE), situado na região leste do Estado de Mato Grosso do Sul. Foram selecionados os casos confirmados residentes no município, no período de 2017 a 2021. Os dados foram armazenados em Excel (© Microsoft) e consolidados para análise. Foi realizada análise descritiva de acordo com a variável de interesse, e utilizados taxas para análises epidemiológicas.

Resultados e Conclusão

Foram identificados 53 casos na área urbana do município com incidência de 43,09/100.000 habitantes e taxa de letalidade de 15,09%. A letalidade variou de zero a 27,27 % evidenciando o diagnóstico tardio da doença bem como o seu tratamento. O maior número de casos foi em 2017 e 2021 (n=15) casos respectivamente, e 2019 (n=11). Do total de casos 85,00% (n=45) evoluíram para cura e 15,00 % (n=8) foram a óbito, dois casos apresentaram recidiva. Observou-se a distribuição dos casos em 33 bairros do município, com maior número no Paranapungá (n=4), o Jardim Primavera e Santa Rita com (n=3) respectivamente. A doença acometeu em maior número pessoas do sexo masculino 54,72% (n=29) contra 45,28% (n=24) do sexo feminino similar ao encontrado na literatura considerando a exposição. O maior número de acometidos foram os menores de 10 anos 30,18% (n=16) seguido da faixa etária de 30 a 39 anos 18,86% (n=10) e em pessoas com mais de 60 anos 13,20% (n=7). A suscetibilidade em crianças é explicada pelo estado de relativa imaturidade imunológica celular, agravado pela desnutrição, e maior exposição ao vetor no peridomicílio. A imunosenescência está associado ao progressivo declínio da função imune, aumentando a vulnerabilidade dos indivíduos para infecções, doenças autoimunes e neoplasias. A doença acometeu em maior número pessoas do sexo masculino 54,72%, semelhantes ao encontrado na literatura. Observa-se uma oscilação no número de casos no período onde há associação da doença ao processo de urbanização com maior número de indivíduos expostos, além dos casos em áreas com transmissão da doença desde o início da epidemia no município, onde também persiste a prevalência da leishmaniose canina.

Palavras-chave

Leishmaniose; Endemicidade; Incidência.