Dados do Trabalho

Título

Prevalência da coinfecção dos Vírus das Hepatites B e D no Estado do Pará

Introdução

O vírus da Hepatite B (HBV) é um vírus de DNA, pertencente à família Hepadnaviridae, e o vírus da hepatite D (HDV), chamado de vírus delta, possui genoma de RNA, pertencente à família Deltaviridae, que por ser um vírus incompleto precisa do antígeno de superfície do HBV (HBsAg) para a montagem de suas partículas virais infecciosas. O HDV causa infecção, quando há coinfecção com o vírus da hepatite B em indivíduos normais ou superinfecção em portadores crônicos do HBV. As infecções por estes vírus constituem um grave problema de saúde pública mundial. Estudo prévio tem demonstrado que populações amazônicas são altamente atingidas por hepatites virais, principalmente relacionada ao HBV, sendo que a região Norte acumula 75% do total de casos de hepatite D no Brasil.

Objetivo(s)

Determinar a prevalência da coinfecção dos Vírus das Hepatites B e D no Estado do Pará.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos por meio de acesso ao sistema do Ministério da Saúde, Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (GAL), versão 2.14.5, com o estudo realizado no laboratório de referência estadual, LACEN-Pará. Foram analisadas 1.889 amostras no período de 2020 ao primeiro semestre de 2022. O diagnóstico laboratorial foi realizado a partir da detecção de antígeno HBsAg e do anticorpo anti-HDV utilizando a técnica de micropartículas por quimioluminescência (CLIA).

Resultados e Conclusão

Das 1.889 amostras analisadas, 279 (14,76%) foram reagentes para o marcador HBsAg, das quais 3 (1,17%) foram reagentes para o anticorpo anti-HDV. Os casos de coinfecção são do sexo masculino e provenientes dos municípios de Itaituba, Belém e Redenção. A profilaxia da superinfecção pelo HDV continua sendo um grande desafio em pacientes crônicos do HBV. Dessa forma, a imunização contra o vírus da hepatite B é um importante fator de proteção contra o vírus da hepatite D, diminuindo sua incidência e prevalência principalmente nas regiões Norte e Nordeste onde o número de casos é maior.

Palavras-chave

Epidemiologia. Diagnóstico. Microbiologia.