Dados do Trabalho

Título

Casos confirmados de Chagas Aguda no Pará durante os anos de 2016 a 2020: uma análise do DATASUS

Introdução

A Doença de Chagas é uma enfermidade causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. O curso clínico é dividido em uma fase aguda e crônica, sendo a primeira, a Doença de Chagas Aguda (DCA), responsável pela instalação logo após a infecção. Tal protozoonose pode ser disseminada por meio da deposição de fezes infectadas do vetor durante sua alimentação, ou seja, através do inseto denominado “barbeiro”, além da possibilidade de contaminação pela transmissão vertical, sanguínea ou acidental em laboratórios. Essa doença é caracterizada como um problema de saúde pública no Brasil, especialmente no Pará, devido aos hábitos culturais e alimentares presentes na região.

Objetivo(s)

Identificar a epidemiologia associada aos casos confirmados de Doença de Chagas Aguda no Estado do Pará durante os anos de 2016 a 2020.

Material e Métodos

Estudo observacional, transversal, analítico-descritivo e quantitativo baseado nos dados do Sistema de Doenças e Agravos de Notificação (SINAN). Foram identificados o número de casos confirmados, idade, sexo, modo provável de infecção, critério confirmatório e evolução, referindo-se aos casos de DCA no Pará no período de 2016 a 2020.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 1.334 casos de DCA no Pará. O maior volume ocorreu nos anos de 2016 e 2018, com 321 e 296 casos confirmados e o menor em 2020, com 139. A média do período analisado foi de 266,8 casos por ano. O sexo feminino representou 44,8% (597) dos casos e o sexo masculino 55,2% (737). As faixas etárias mais acometidas foram a de 20 a 39 anos, com 465 notificações ou 34,8% do total. O principal modo de infecção foi oral, com 1.155 casos (86,5%), com destaques para os anos de 2016 e 2018, com 273 e 264 notificações, respectivamente. O diagnóstico laboratorial foi responsável por 1.276 confirmações de DCA, enquanto que o critério clínico epidemiológico registrou 35 durante os 5 anos. Dentre os pacientes acometidos pela doença, 1.122 remanesceram vivos, representando 84,1% do total e 19 casos evoluíram ao óbito, com maior volume no ano de 2016.

Medidas profiláticas devem ser reforçadas, sobretudo em relação a transmissão por via oral, devido à possível associação aos surtos de DCA. Desse modo, é necessário fortalecer a orientação à população civil acerca da higiene e manuseio dos alimentos, além de conscientizar acerca do consumo de carnes cruas ou mal passadas como risco de contaminação. A adoção de tais medidas, possivelmente, representará avanços na redução dos casos de DCA no Estado do Pará.

Palavras-chave

Doença de Chagas Aguda, Pará, Protozooses