Dados do Trabalho

Título

CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA DOS CASOS DE HANSENÍASE ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO ESTADO DO MARANHÃO

Introdução

A hanseníase, doença causada pelo Mycobacterium leprae, acomete principalmente os nervos superficiais da pele e os troncos nervosos periféricos. Os casos diagnosticados devem ser tratados nas unidades de saúde, em regime ambulatorial. Segundo orientação do Ministério da Saúde, o encaminhamento dos casos para serviços de referência deve ser realizado quando houver intercorrências clínicas, reações adversas ao tratamento, reações hansênica, recidivas, necessidade de reabilitação cirúrgica, e em caso de dúvidas no diagnóstico.

Objetivo(s)

Descrever as características sociodemográficas e clínicas dos casos de hanseníase notificados em um centro de referência do estado do Maranhão.

Material e Métodos

Estudo descritivo de abordagem quantitativa realizado de abril a junho de 2022, com casos de hanseníase notificados no período de 2010 a 2019, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, por um Serviço de Referência da rede estadual para tratamento da hanseníase no Maranhão. Variáveis de interesse coletadas a partir do banco de dados do projeto intitulado “INTEGRAHANS MARANHÃO: abordagem integrada de aspectos clínicos, epidemiológicos (espaço-temporais), operacionais e psicossociais da hanseníase em município hiperendêmico do Maranhão”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2010 a 2019 foram notificados 1535 casos de hanseníase no Centro de Referência, sendo observada maiores frequências da faixa etária de 15 a 59 anos (71,79%), sexo masculino (54,72%), cor parda (74,08%) e com Ensino Fundamental Incompleto (39,30%). Em relação às caraterísticas clínicas, houve predomínio da forma Dimorfa (62,84%) e Classificação Operacional Multibacilar (83,52%). Na avaliação do Grau de incapacidades no início do diagnóstico, 57,84% eram Grau 0; 22,75% Grau 1, 14,25% grau 2 e 5,16% não foram avaliados. O resultado da baciloscopia foi positivo em 24,65% dos casos. Quanto ao modo de entrada, a maior frequência foi de casos novos (70,81%); registraram-se ainda, outros reingressos (24,30%); transferência de outro município (2,15%), recidivas (1,69%); transferência de outros estados (0,65%) e transferência do mesmo município (0,39%).
A partir dos resultados, concluiu-se que os casos de hanseníase atendidos no Centro de Referência eram na sua maioria das formas transmissíveis da doença e que muitos apresentavam incapacidades físicas e deformidades ocasionados pela doença.

Palavras-chave

Hanseníase. Epidemiologia. Clínica. Assistência à Saúde.