Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA DOENÇA DE CHAGAS NO MUNICÍPIO DE BELÉM DE 2016 A 2020.
Introdução
A Doença de Chagas é transmitida pelo protozoário Trypanossoma cruzi, presente nas fezes de insetos Triatoma infestans infectados. A contaminação do suco do açaí, amplamente consumido em Belém, pelas fezes do inseto, exprime um dos principais fatores para tratá-la como problema de saúde pública.
Objetivo(s)
Analisar a tendência da infecção por Doença de Chagas, segundo indicadores epidemiológicos, no município de Belém
Material e Métodos
Foi realizado um estudo ecológico, em série, observacional do tipo temporal, utilizando registros de casos de doença de Chagas no município de Belém nos anos de 2016 a 2020, com dados coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O estudo observou a prevalência de notificações.
Resultados e Conclusão
Resultados: No período considerado para o estudo, foram notificados 108 casos de Doença de Chagas no município, sendo 62 moradores de Belém, dos quais 36 (58,06%) são homens e 26 (41,94%) são mulheres; 5 (8,07%) têm entre 0 a 19 anos; 46 (74,19%) têm entre 20 a 59 anos e 11 (17,74%) têm 60 anos ou mais, com coeficiente de detecção anual de casos novos apresentando inclinação ascendente entre os anos de 2016 a 2018, com tendência de queda a partir de 2019 seguida de diminuição abrupta no número de casos notificados em 2020. O possível modo de infecção mais prevalente entre os moradores de Belém foi o oral, sendo notificados 55 casos (88,7%); houve apenas o registro de 1 caso com transmissão acidental e 6 não registrados. Conclusão: Os indicadores epidemiológicos e operacionais apontam para a melhora do quadro endêmico da doença, todavia é provável que a queda em 54% no número de casos entre 2019 e 2020 seja decorrente de subnotificações, principalmente, porque nesse período o aumento alarmante de casos de COVID-19 provocou crises no sistemas de saúde e de notificação de doenças endêmicas, podendo ter causado subnotificação da Doença de Chagas. A prevalência da infecção por via oral justifica-se a partir do manejo inadequado do açaí, visto que o protozoário responsável pela transmissão permanece na fruta consumida sem os processos adequados de higienização, resultando, portanto, no aumento de casos. Assim, a falha na fiscalização do processo de branqueamento do açaí, responsável pela higienização adequada da fruta, e a ineficácia das medidas educativas voltadas à população dificultam o controle da doença.
Palavras-chave
Doença de Chagas, Açaí, Prevalência.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado
Autores
Geovana dos Santos Costa, Evelyn Teixeira Borges, Bárbara Emeli Silva da Silva, Edna Aoba Yassui Ishikawa, Anderson Raiol Rodrigues