Dados do Trabalho

Título

PANORAMA ATUAL DA EPIDEMIOLOGIA DA MENINGITE NO ESTADO DO PARÁ.

Introdução

A meningite é um processo inflamatório das meninges que envolvem as duas membranas cerebrais (pia-máter e aracnoide) e o líquido cefalorraquidiano (LCR), podendo ser causado por diversos fatores, sendo eles origem infecciosa ou não infecciosa. Meningites de origem infecciosa são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido à sua maior prevalência. Está relacionada com uma série de complicações tanto imediatas quanto tardias, podendo acarretar danos irreversíveis no sistema nervoso central, ou levar a óbito. A doença apresenta altos índices de morbidade e mortalidade, e todos os casos suspeitos, são de notificação compulsória e de investigação obrigatória pela vigilância epidemiológica.

Objetivo(s)

O presente trabalho tem por objetivo descrever os aspectos atuais da epidemiologia da meningite no estado do Pará.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo em que se baseia na coleta de dados das notificações de meningite contidas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 518 casos em 2017, 514 casos em 2018, 449 casos em 2019, 254 casos em 2020 e 161 casos em 2021, sendo que a maioria dos casos foram diagnosticados em Belém (51,1%). Segundo os dados obtidos, o tipo de meningite não bacteriana foi a de maior prevalência, com 52,7%%, enquanto meningites bacterianas apresentaram prevalência de 46,7%. É possível que uma das dificuldades na descoberta da etiologia da meningite retrate uma necessidade de melhoria no diagnóstico clínico e laboratorial e da vigilância deste agravo, provavelmente atribuída à limitações na correta avaliação clínica do paciente como também na não disponibilidade das técnicas laboratoriais necessárias para identificação do agente etiológico. A meningite ainda configura como um grave problema de saúde pública, tornando-se necessária uma vigilância epidemiológica ativa no estado do Pará, onde deve-se considerar também a necessidade de cursos de atualização a profissionais voltados no manejo clínico e laboratorial do paciente acometido, assim como realçar a importância da notificação dos casos confirmados para que dessa forma os dados estatísticos produzidos sejam utilizados na implementação das estratégias de contenção da doença, além de tornar possível gerar resultados de relevância científica que possam ser produzidos e divulgados na literatura.

Palavras-chave

Meningite; Vigillância Epidemiológica; Saúde Pública