Dados do Trabalho
Título
Avaliação Da Resistência De Acinetobacter Baumannnii Em Culturas De Pacientes Em Unidade De Terapia Intensiva De Um Hospital Privado De Fortaleza – Ceará Durante A Pandemia Da Covid-19
Objetivo(s)
Avaliar a resistência de Acinetobacter baumannii nas unidades de terapia intensiva (UTI) de um hospital de Fortaleza – CE entre a primeira e a segunda onda de infecções da COVID-19.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo comparativo, retrospectivo e quantitativo. A primeira onda foi definida de março a setembro de 2020 e a segunda foi estabelecida de outubro de 2020 a julho de 2021. O estudo foi realizado a partir de uma base de dados de pacientes internados em um hospital privado de Fortaleza- CE acompanhados pelo Programa de Gestão de Uso de Antimicrobianos (PGUA) da área de Assistência Farmacêutica de uma Operadora de Plano de Saúde (OPS). Foram incluídas culturas com crescimento de bactérias Gram negativas das amostras de pacientes em UTI com idade superior a 18 anos e excluídas as culturas do tipo swab perianal. As frequências das variáveis categóricas foram analisadas através do teste Qui Quadrado. O projeto teve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) com número CAAE: 20508519.4.0000.5684.
Resultados e Conclusão
Foram selecionadas 1.423 culturas, destas, 465 (32,7%) corresponderam ao período da primeira onda e 958 (67,3%) à segunda. Foi isolado Acinetobacter baumannii em 293 amostras de culturas, havendo um aumento expressivo no crescimento entre os períodos, partindo de 36 (7,7%) para 257 (26,8%) (p < 0,001). Na primeira onda, 25 (69,4%) desses microrganismos eram multidroga resistente (MDR), enquanto na segunda esse padrão de resistência aumentou para 220 (85,6%) (p < 0,05). O maior crescimento dessa espécie em ambos os períodos correspondeu às amostras de aspirado traqueal, com 20 (55,6%) e 167 (65,0%). Ademais, ocorreu um aumento na frequência de isolados positivos em hemoculturas, de 5,6% para 19,5% (p < 0,05). Verificou-se um crescimento acentuado de Acinetobacter baumannii entre as ondas da pandemia, bem como isolados em amostras de aspirado traqueal. Ademais, destaca-se a alta no número de isolamento em hemocultura, um fator que contribui para uma maior mortalidade em UTI. Por fim, observou-se um aumento na resistência microbiana entre os dois períodos podendo ser reflexo da utilização indiscriminada de antimicrobianos durante a pandemia. Esse fato deve ser alertado diante da maior complexidade na antibioticoterapia desses pacientes, além de intensificar as preocupações futuras de esgotamento dos recursos terapêuticos disponíveis.
Palavras-chave
Bacilos Gram-negativos não fermentadores; Resistência Bacteriana a Medicamentos; SARS-CoV-2
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Jessica Ferreira Romero, Joshua Levi Maia Magalhães , Tiago Lima Sampaio, Mônica Cardoso Façanha, Joel Bezerra Vieira