57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE CANINA EM ÁREAS ENDÊMICAS DA ILHA DE COTIJUBA, ESTADO DO PARÁ.

Introdução

A leishmaniose é uma doença zoonótica em expansão no Brasil, transmitida ao homem através da picada de fêmeas de insetos flebotomíneos infectados com o protozoário do gênero Leishmania (Leishmania) infantum chagasi. Possui como principal reservatório os animais silvestres, entretanto, caninos apresentam grande importância na transmissão e dispersão da doença.

Objetivo(s)

Avaliar a soroprevalência de Leishmaniose canina na área endêmica da Ilha de Cotijuba, no estado do Pará, através de ações de controle e monitoramento da infecção

Material e Métodos

A coleta de sangue de animais residentes na região foi realizada de 2015 a 2021. As amostras foram triadas pelo laboratório do Centro de Controle de Zoonoses de Belém/PA, utilizando o teste de Imunoensaio Cromatográfico Dual Path Platform (DPP®), seguidos de teste confirmatório Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA), realizado pelo Laboratório Central (LACEN) de Belém/PA. Os dados foram tabulados em programa Excel® para obtenção de frequências relativas dos casos.

Resultados e Conclusão

Em 2015 foram coletadas 124 amostras, com 57% apresentado positividade para Leishmaniose canina. Em 2016, das 551 amostras, 75% foram positivas. Em 2017, 30% das 468 amostras foram positivas. Já em 2018, um total de 41% dos cães foram positivos, dentre os 214 analisados. Em 2019, dos 473 cães, 25% foram positivos para o protozoário. Em 2020, identificou-se 41% de cães positivos dentre os 81 analisados. E em 2021, 18% foram positivos entre as 692 amostras. Desse modo, observou-se que de um total de 2603 amostras de sangue de cães examinadas, obteve-se uma prevalência de 38% de amostras positivas para Leishmaniose. A partir dos achados soroepidemiológicos, observa-se uma variação na prevalência da infecção, com maior prevalência no ano de 2016 (75%). Dentre os principais fatores de riscos identificados na ocorrência da Leishmaniose canina há a localização dos cães, tendo maior risco a infecção os cães que vivem fora do ambiente domiciliar, bem como a proximidade dos mesmos das residências de áreas de floresta, evidenciando assim, mudanças na ocorrência da doença no ambiente urbano.

Palavras-chave

Leishmaniose canina; Leishmaniose Visceral; Epidemiologia; Estudos Soroepidemiológicos.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Hanna Carolina Farias Reis, Jean Caio Figueiredo Almeida, Lúcia Aline Moura Reis, Larissa Campello Tavenard, Marcelino Antônio Costa Maués, Soraia Brito Cordeiro, Sandra Soares Souza