57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Leishmaniose Visceral na região Norte no período de 2016 a 2021: um estudo do perfil epidemiológico

Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa de evolução crônica causada pelo protozoário Leishmania chagasi e transmitida por meio da picada do inseto fêmea flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis), afeta tanto animais quanto o homem, sendo o cão o principal reservatório doméstico. Trata-se de uma doença de notificação compulsória e endêmica no Brasil, que assume formas graves e letais, em crianças desnutridas e portadores do vírus HIV. A LV acomete o sistema retículo-endotelial com grande quantidade de células mononucleares, contribuindo para que o paciente evolua com a Síndrome Hepatoesplênica Hemorrágica.

Objetivo(s)

Identificar o número de internações e o perfil epidemiológico de pacientes com Leishmaniose Visceral nos últimos 5 anos na região Norte do Brasil.

Material e Métodos

Estudo observacional, transversal, analítico-descritivo e quantitativo baseado nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS - DATASUS. O número de internações, idade, sexo, tempo médio de internação e taxa de mortalidade foram analisadas, referindo-se às hospitalizações devido à leishmaniose visceral no na região Norte do Brasil, no decorrer dos anos de 2016 a 2021.

Resultados e Conclusão

No período analisado foram notificadas 2.668 internações por leishmaniose na região Norte do Brasil, sendo a leishmaniose visceral responsável por 79,5% dos casos. O maior volume de hospitalizações por LV ocorreu nos anos de 2018 e 2019, com 611 e 468 casos, respectivamente. O menor número foi no ano de 2016, com 38 internados. A média do período analisado foi de 353,6 internações por ano. O sexo feminino representou aproximadamente 39,8% (846) das internações e o masculino 60,2% (1.276). A faixa etária mais acometida foi a de 1 a 4 anos, com 721 notificações (33,9% do total) e a de 5 a 9 anos, com 188 casos (8,8%). A duração média das internações em no período foi de 13,1 dias e o desvio padrão foi de 4,7 entre os valores anuais. O menor tempo foi no ano de 2021, média de 10,4 dias e o maior em 2016 com 23,8 dias. A taxa de mortalidade foi de 3,9% sendo a menor em 2016 (0,04%) e a maior em 2017 (0,98%).

Assim, foi constatado que o sexo feminino e idade entre 1 e 4 anos compreendem o grupo mais afetado por LV, e que nos anos de 2020 e 2021 houve decréscimo de internações. Dessa forma, faz-se necessária uma abordagem profunda e multidisciplinar a fim de compreender se realmente houve melhora nos índices epidemiológicos ou se a diminuição de internações foi ocasionada por efeitos da pandemia.

Palavras-chave

Leishmaniose Visceral; Norte; Internações

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Larissa Dacier Lobato Comesanha, Icaro José Araújo de Souza, Ila Iandara Araújo de Souza, Wanda Maria de França Pires, Ana Gabrielle de Lucena Vieira, Alexia Braga Reis, João Vitor Duarte de Souza, Matheus d Albuquerque Tavares, Laila Beatriz Gaia Lobo, Rafaella Casanova Ataíde dos Santos