57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia dos casos da Doença de Chagas Aguda no Brasil no período de 2014 a 2020.

Introdução

A Doença de Chagas é um problema de saúde enfrentado, principalmente, na região Amazônica do Brasil. Além disso, essa doença apresenta uma alta carga de morbimortalidade, sendo, em muitos casos, os aspectos sociais e culturais relacionados com a transmissão negligenciados.

Objetivo(s)

Avaliar o perfil epidemiológico dos casos de Doença de Chagas Aguda no Brasil durante os períodos de 2014 a 2020.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo e descritivo com delineamento retrospectivo. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) disponível na plataforma DATASUS entre os anos de 2014 a 2020. As variáveis analisadas foram: ano de notificação, região de notificação, raça, sexo, local provável de infecção e evolução.

Resultados e Conclusão

Foram notificados um total de 2126 casos ocasionados pela fase aguda da doença de chagas no Brasil, sendo 10,11% no ano de 2014; 13,54% no ano de 2015; 16,9% no ano de 2016; 15,9% no ano de 2017; 18,06% no ano de 2018; 18,1% no ano de 2019 e 7,38% no ano de 2020. Quanto as regiões, as maiores taxas de notificações foram encontradas no Norte (95,2%), seguido do Nordeste (4%), Sudeste e Centro-Oeste (0,37%) e Sul (0,05%). Em relação ao sexo, ocorreu uma maior prevalência em homens (54,46%) do que em mulheres (45,53%). Quanto a análise da raça, os dados demonstraram um valor numérico expressivo, principalmente, em indivíduos pardos (82,12%) e brancos (9,07%). Em relação ao local provável de contaminação; 57,76% foram em regiões domiciliais, porém 34,52% dos casos não possuíam registro do local provável de infecção. Por fim, no que se refere a evolução da doença, 86,6% tiveram uma melhora do prognóstico enquanto que 1,64% evoluíram para óbito.
Nesse sentido, o estudo possibilitou a compreensão da elevada prevalência da doença de chagas aguda na região Norte durante o período analisado, caso explicado pela relação da cultura local e da transmissibilidade patológica. Ademais, fatores relacionados à falta do preenchimento de dados se tornam empecilhos para futuros planejamentos epidemiológicos na área da saúde, uma vez que impossibilita o acompanhamento espacial da prevalência dessa doença. Desse modo, é notório a adoção de políticas públicas e da melhora na vigilância epidemiológica dos locais que apresentam maiores números de casos.

Palavras-chave

Epidemiologia, Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Ellen Sabrinna dos Remédios Passos, Cauã Leal do Espírito Santo, Luiz Carlos Figueiredo Filho, Adriana de Jesus Viana Veiga, Luan Daher Fernandes, Elinton Nascimento Castelo, Leonardo Rodrigues Ferreira Diogo, Ádria Rayane Lima Cascaes, Ananda Carolina Reis Prestes, Lucas Fernandes Araújo Silva, Brenda Nazare Gomes Andriolo