Dados do Trabalho

Título

Custos dos pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 em um hospital do Distrito Federal

Introdução

Entre março de 2020 e 22 de junho de 2022, foram notificados 783700 casos e 11733 óbitos por covid-19 no Distrito Federal, sendo 1038 casos hospitalizados no Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Objetivo(s)

Descrever os custos hospitalares com base nas Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) de pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 entre março de 2020 e dezembro de 2021 no HUB.

Material e Métodos

Foi realizada descrição de custos pelo método de macrocusteio na perspectiva do HUB, integrante do Sistema Único de Saúde. As AIHs foram obtidas no setor de faturamento hospitalar em março de 2022. A análise considerou os dados de todas as AIHs geradas por paciente durante o período de internação por covid-19. Foram considerados elegíveis os pacientes com confirmação diagnóstica laboratorial hospitalizados na Unidade de Manejo da SRAG, entre maio de 2020 e dezembro de 2021. Foram coletados os custos totais e por subcomponente (serviços hospitalares, procedimentos, exames e serviços profissionais). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília.

Resultados e Conclusão

Dos 661 pacientes hospitalizados com SRAG por covid-19, foram identificadas as AIHs de 401 (60,66%). Durante o período de internação destes pacientes, foram geradas 566 AIHs. O custo total para o SUS foi de R$1918081,61 (mediana R$2216,48 [IIQ R$1636,41 - R$4026,19]), sendo o custo do serviço hospitalar responsável por 86% do valor total e o serviço profissional por 14%. O componente com maior custo dentre os serviços hospitalares foi o de diárias hospitalares em unidade de terapia intensiva (R$ 667216,77; 35% do custo total); seguido do custo para tratamento de doenças R$483538,75 (25% do custo total), tendo variado entre R$180,63 (valor mínimo identificado em AIH faturada como outras doenças) e R$4783,96 (valor máximo identificado em AIH faturada como covid-19 e outras doenças); os procedimentos hospitalares corresponderam a 20% do custo total sendo que dentre os procedimentos incluídos, o curativo grau II com ou sem debridamento, realizado devido à úlcera de pressão, foi responsável por 44,58% desse custo; e os exames (de imagem e outros), R$ 82961,63, 4% do total. Sabe-se que o macrocusteio de doenças com base em AIHs pode subestimar a despesa real. Ainda assim, o alto custo com o tratamento de 401 pacientes com covid-19 demonstraram uma elevada carga econômica da SRAG por covid-19 para o HUB e consequentemente para o SUS.

Palavras-chave

Covid-19; AIH; análise de custos