57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Vigilância de vírus respiratórios não influenza durante a pandemia de SARS-CoV-2 na região metropolitana de Belém-PA

Introdução

As infecções respiratórias agudas (IRA) constituem importante causa de adoecimento e morte em crianças e adultos no mundo, sendo os vírus os principais agentes causadores dessas infecções. As IRA apresentam sintomatologia semelhante, independente do agente etiológico, dificultando o diagnóstico clínico e a instituição do tratamento correto, tornando o diagnóstico laboratorial uma ferramenta fundamental.

Objetivo(s)

Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a circulação dos vírus respiratórios não influenza em pacientes com IRA na cidade de Belém-PA, durante o período de janeiro/2020 a junho/2022.

Material e Métodos

Foram incluídos no estudo espécimes clínicos de swab combinado de 768 pacientes com sintomatologia sugestiva de IRA, de diferentes faixas etárias e ambos os sexos, cujo diagnóstico laboratorial fosse negativo para o vírus SARS-CoV-2 e influenza. A análise das amostras envolveu a extração do genoma viral com kit comercial e detecção por RT-qPCR utilizando iniciadores específicos para Adenovírus (AdV), Bocavírus humano (HBoV), Coronavírus humano (HCoV) 229E, HKU1, NL63 e OC43; Rinovírus humano (HRV), Parainfluenza vírus (PIV) 1, 2 e 3, Metapneumovírus Humano (HMPV) e Vírus Respiratório Sincicial humano(HRSV).

Resultados e Conclusão

Entre as amostras analisadas, 180 (23%) foram positivas para pelo menos um dos vírus testados. Entre os agentes virais investigados, o HRV foi detectado em todos os anos, em um total de 79 (43,9%) amostras. O HRSV foi encontrado em 22 (12,2%) amostras, também identificado em todos os anos do estudo, HCoV 229E em 18 (10%), HCoV OC43 em 13 (7,2%), HMPV em 11 (6,1%), HCoV HKU1 em 10 (5,5%), HCoV NL63 em 7 (3,8%), PIV 3 em 6 (3,3%), PIV 1 em 5 (2,8%), PIV 2 em 5 (2,8%), AdV em 3 (1,7%) e HBoV em uma (0,6%) amostra. O período de maior circulação viral foi entre os meses de agosto a dezembro no ano de 2020. Já nos anos de 2021 e 2022, o pico de infecções se concentrou nos meses de janeiro a junho. Nosso estudo demonstrou a expressiva detecção de vírus respiratórios não-influenza e não-SARS-CoV-2 em casos de IRA na população investigada durante os três anos de pandemia, sendo o HRV o agente predominante. O pico de circulação viral coincidiu com o período associado a altos índices pluviométricos na cidade de Belém na maioria dos casos investigados nos anos de 2021 e 2022. Nossos dados reforçam a importância da investigação de vírus respiratórios não-influenza não-SARS-CoV-2, para auxiliar no melhor manejo clínico dessas infecções.

Palavras-chave

Vírus respiratórios, Rinovírus, rt-qPCR, IRA

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Rayssa Layna Silva Bedran, Amanda Mendes Silva, Wanderley Dias Chagas Júnior, Izabela de Oliveira Pinheiro, Stephany Teixeira Lima Nobre, Jessylene de Almeida Ferreira, Luana Soares Barbagelata, Delana Andreza Melo Coelho, Agatha Monike Silva Nunes, Luana Silva Soares Farias, Mirleide Cordeiro dos Santos