Dados do Trabalho
Título
Aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos no Rio Grande do Norte no período de 2011 a 2021.
Introdução
Os acidentes por animais peçonhentos caracterizam um relevante problema de saúde pública, tendo em vista a grande ocorrência, gravidade clínica e significativos índices de letalidade. A maioria dos acidentes por escorpião ocorrem em zonas urbanas. Já os acidentes por serpente são mais comuns em zonas rurais. Esse aspecto pode estar relacionado à maior proximidade da população ao ambiente natural das serpentes, como também ao perfil socioeconômico da população mais acometida. Tais condições, somadas à dificuldade de acesso ao serviço de saúde, fizeram com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluísse esse agravo na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas. No Rio Grande do Norte (RN), os acidentes por animais peçonhentos são o terceiro agravo em número de notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Objetivo(s)
Analisar os aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos no RN no período de 2011 a 2021.
Material e Métodos
Estudo descritivo-exploratório baseado nas notificações de acidentes por animais peçonhentos do SINAN e nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Resultados e Conclusão
No período foram notificados 67.479 acidentes por animais peçonhentos. Destes, os acidentes ofídicos foram responsáveis por 8% (5.508) dos casos, por outro lado, os óbitos por serpentes equivalem a 29% (15) do total de óbitos. O gênero Bothrops lidera os acidentes ofídicos, seguidos por Crotalus e Micrurus, respectivamente. Este agravo ocorre com maior frequência em zona rural (63%), no sexo masculino (75%) e em faixa etária de 20 a 64 anos (67%). Observou-se constância nas notificações em todos os meses do ano, entretanto, nota-se maior prevalência no período de março a agosto (62%), com destaque para os meses de junho e julho. Tendo em vista a fragilidade no banco do SINAN, não é possível relacionar os acidentes com as atividades laborais, uma vez que o número de ignorados/brancos (36%) ultrapassa os relacionados (16%) e assemelha-se aos não relacionados (47%). Os aspectos epidemiológicos do ofidismo no RN equipara-se ao encontrado no restante do país, no entanto, quanto a sazonalidade difere do relatado nas regiões Norte, onde há predominância no início do ano, e Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde ocorre de novembro a março. Apesar da região Nordeste apresentar a maioria de casos entre abril e maio, no RN a maior ocorrência é entre junho e julho, coincidindo com período chuvoso e de maior atividade agropecuária.
Palavras-chave
animais peçonhentos; epidemiologia; acidente ofídico
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Ana Karla de Morais Peres, Cintia de Sousa Higashi, Iraci Duarte de Lima, Ana Paula Campinho Teixeira Cruz Cruz, Eduardo Jacome Gama Sobrinho Gama Sobrinho, Hércia Maria de Figueiredo Araújo Melo Mariz, Fabíola de Souza Medeiros, Victor Eduardo Avelino da Silva, Shelyane Camila Sotero de Melo, Ximenya Glauce da Cunha Freire Lopes, Kelly Kattiucci Brito de Lima Maia