Dados do Trabalho

Título

Detecção de um marcador de infecção de malária utilizando um biossensor eletroquímico de impressão molecular

Introdução

A malária continua sendo um grave problema de saúde pública mundial, sendo o diagnóstico preciso e eficaz é uma das principais medidas para seu controle. A maioria dos testes de diagnóstico disponíveis comercialmente se baseiam na interação antígeno-anticorpo, criando a necessidade de utilização de ferramentas ligantes de origem biológica, o que implica em gargalos éticos e econômicos. A tecnologia de impressão molecular vem como uma alternativa à essa problemática, pois permite a formação uma estrutura tridimensional polimérica complementar à moléculas-alvo, as quais podem se ligar seletivamente. Esta metodologia apresenta uma série de vantagens relacionadas à sua robustez, estabilidade, alta produtividade e baixo custo, quando comparadas com a obtenção de anticorpos.

Objetivo(s)

Sendo assim, o presente estudo realizou a construção de um polímero molecularmente impresso (MIP) contra a proteína 2 rica em histidina de Plasmodium falciparum (PfHRP2), utilizando o azul de metileno (MB) como monômero.

Material e Métodos

As construções foram realizadas por meio de eletropolimerização do MB e proteína recombinante PfHRP2, utilizando os sensores C-110 (Dropsens). As leituras eletroquímicas das curvas de calibração foram feitas por detecção direta, sem a utilização de solução redox, acompanhadas por voltametria de onda quadrada. Os ensaios de seletividade foram realizados utilizando IgG humano, creatinina e a proteína recombinante LDH de P. vivax como interferentes.

Resultados e Conclusão

O limite de detecção foi de 64 pg/mL com uma ligeira queda de sensibilidade nas curvas realizadas em matriz complexa. Pode-se considerar que o limite de detecção aqui obtido é consideravelmente mais baixo dos que obtidos por meio de metodologias clássicas como testes de diagnóstico rápido e imunoensaios enzimáticos.
Os estudos de seletividade apresentaram baixos níveis de interferência, sugerindo que o ensaio é seletivo. A metodologia apresentada neste artigo, para detecção do marcador de infecção HRP2 pode ser considerada simples, econômica e confiável, além de apresentar a vantagem de dispensar a utilização de solução redox, pelo fato do polímero utilizado ser eletroativo, e apresentar picos de oxidação e redução, tornando a detecção direta.
Com isso, temos pela primeira vez reportado o uso dessa tecnologia para a detecção de um antígeno de malária, demonstrando seu potencial uso para desenvolvimento de biossensores que venham a ser utilizados no combate à essa doença.

Palavras-chave

Malária; HRP2; MIPs; eletroquímica; biossensor

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde