57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise descritiva do perfil etiológico e incidência de meningite nos últimos 5 anos no Brasil

Introdução

Objetivo(s)

O presente trabalho tem por objetivo descrever os casos de meningite no Brasil nos últimos 5 anos (2018-2022), abordando aspectos como incidência, faixa-etária de maior acometimento, sexo, evolução e etiologia da casuística analisada.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com dados coletados a partir do DataSUS e tabulados no Microsoft Excel. Na plataforma DataSUS utilizou-se as abas: “Informações de Saúde (TABNET)”, “Epidemiológicas e morbidade”, no grupo “Doenças e Agravos de Notificação - 2007 em diante (SINAN)”, “Meningite” no Brasil, nos anos de 2018 a 2022. As variáveis aplicadas e analisadas foram: “UF de residência”, “Faixa-etária”, “Sexo”, “Evolução” e “Etiologia”.

Resultados e Conclusão

A taxa de incidência de meningite decresce desde 2018, ano em que havia cerca de 8,4 novos casos a cada 100.000 habitantes e no ano de 2021 e 2022 (valores obtidos até julho de 2022) as taxas eram de 2,9 e 0,06 novos casos, respectivamente. O sexo mais acometido é o masculino, com morbidade pela doença de 57-58% em relação ao sexo feminino. Em 2018 observava-se um maior acometimento da faixa etária de 0-19 anos (57,19% dos casos), seguido da faixa de 20-59 anos (34,30%) e, finalmente, 8,47% de acometimento na faixa de 60 anos ou mais. Todavia, nos últimos anos há uma tendência de aumento de casos em adultos (43,06% em 2021) e uma redução em crianças e adolescentes (44,12% dos casos em 2021), mantendo-se um equilíbrio dinâmico de casos entre idosos. Em relação à evolução, desde 2018 observa-se um discreto aumento de desfechos para óbitos, seja por meningite (11,08% em 2021) ou por outras causas (7,52% em 2021). No que diz respeito à etiologia, há um padrão desde 2018 cuja maior parte dos casos corresponde a quadros de meningite asséptica, meningite não especificada ou meningite por outras bactérias, ressalta-se que dentre as etiologias clássicas bacterianas o Pneumococo apresenta um grau de destaque.
Nos últimos anos observa-se a diminuição do número de casos de meningite, provavelmente devido ao sucesso na vacinação contra os agentes que classicamente causam a doença. Vale ressaltar que há uma tendência de mudança entre a faixa etária de maior acometimento, com aumento de casos entre adultos de 20-59 anos, além do aumento de desfechos desfavoráveis. Desse modo, faz-se necessária a adoção de medidas para o reconhecimento precoce e instituição de terapêuticas adequadas que visem a redução dos óbitos pela doença ou secundariamente a ela.

Palavras-chave

“Meningite”, “epidemiologia”, “etiologia”.

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

João Paulo da Silva Sarmanho, Elisama Quintino Sales, Elenilse da Silva Araújo, Edneide Quintino Sales