Dados do Trabalho

Título

A incidência da raiva em canídeos silvestres no Rio Grande do Norte no período de 2011-2021.

Introdução

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, causada por um vírus do gênero Lyssavirus da família Rhabdoviridae, que acomete mamíferos domésticos, silvestres e o homem. Várias espécies são consideradas como reservatórios para a raiva no Brasil, entretanto os canídeos silvestres (CS) se destacam pela crescente inserção no ciclo de transmissão viral, que ocorre principalmente através do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous). No Rio Grande do Norte (RN), entre janeiro de 2011 a dezembro de 2021, houve o registro de 97.163 atendimentos antirrábicos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), dos quais 736 (0,75%) estão relacionados a agressões causadas por CS.

Objetivo(s)

O estudo objetivou avaliar a incidência do vírus da raiva nesse grupo animal e a sua distribuição espacial, confirmados através das técnicas de imunofluorescência direta (IFD) e prova biológica (PB), que por sua vez são realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/RN).

Material e Métodos

Com base nos dados do laboratório, foi utilizado o método comparativo entre o número de amostras examinadas e o quantitativo de amostras reagentes para raiva, identificando assim os municípios com maior número de casos positivos para determinar o índice anual (nº de positivos / nº total de amostras).

Resultados e Conclusão

No período da investigação foram analisadas 70 amostras, desse total 64,3% (45) apresentaram resultado positivo em 22 municípios, sendo Caicó e Serra Negra do Norte, na região do Seridó, responsáveis por 40% (18) dos casos. Os maiores índices de positividade foram observados nos anos de 2019, 2020 e 2021, com 83,3%, 71,4% e 70% respectivamente.Conclui-se que casos de raiva em CS distribuem-se de forma heterogênea no estado, entretanto a região do Seridó se destaca pela sensibilidade na detecção, uma vez que a incidência de raiva nessa área geográfica é elevada. A partir da confirmação de um caso positivo é necessário intensificar as ações de vigilância, como a busca ativa de pessoas agredidas para profilaxia antirrábica, educação em saúde e o aumento da cobertura vacinal nos animais domésticos, além da importância quando viável, de coletar e enviar o material biológico para diagnóstico laboratorial.

Palavras-chave

Canídeos Silvestres; Raiva; Incidência.