57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

MONITORAMENTO AMBIENTAL DE NOROVÍRUS GI E GII EM ÁGUA PLUVIAL, SUPERFICIAL E DE ESGOTO TRATADO DA CIDADE DE BELÉM, PARÁ, BRASIL

Introdução

O Norovírus (NoV), pertencente à família Caliciviridae, é um vírus altamente infeccioso, considerado uma das principais causas de gastroenterites virais no mundo. Em Belém, o NoV já foi evidenciado infectando crianças, em águas superficiais, recreacionais, de esgotos e em Estação de Tratamentos de Água.

Objetivo(s)

Investigar a ocorrência dos norovírus GI e GII em água pluvial, superficial e de esgoto tratado da cidade de Belém, Pará, Brasil.

Material e Métodos

A coleta foi realizada mensalmente, durante o período de um ano (janeiro a dezembro de 2021) em sete canais de drenagem e no Igarapé do Tucunduba. Além disso, foi coletado de maneira descontínua, amostra do esgoto tratado, proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Vila da Barca. A concentração viral foi realizada pelo método de floculação orgânica com leite desnatado e acidificado. As amostras foram extraídas pelo método de Isotiocianato de Guanidina, utilizando sílica. Para o diagnóstico viral, foi aplicada a PCR em tempo real (qPCR), empregando o kit “Gotaq® Probe 1-Step RT-qPCR System” da Promega, com o auxílio da plataforma QuantStudio 5. Devido serem amostras ambientais e possuírem alguns inibidores de detecção, todas foram testadas em duplicata, tanto na forma pura como diluída 1:10.

Resultados e Conclusão

Os resultados obtidos por qPCR, comprovaram positividade para os genogrupos de NoV, na maioria dos pontos coletados. O genogrupo GI demonstrou maior prevalência no primeiro semestre de 2021 em comparação ao segundo: 58,8% (30/51) e 24,5% (13/53) respectivamente. Já o NoV GII apresentou resultados similares nos dois semestres de 2021, com 80,4% (41/51) no primeiro e 84,9% (45/53) no segundo. A positividade geral observada para o NoV GI (41,3% - 43/104) foi bem menor a verificada para o NoV GII (82,7% - 86/104). Das oito coletas realizadas no ETE, quatro (fevereiro, abril, maio e outubro) foram positivas para NoV GI, em relação ao NoV GII, somente o mês de dezembro demostrou resultado negativo. Com base nos resultados obtidos, podemos aferir que, o tratamento dos esgotos da cidade de Belém não está sendo apropriado, avaliando a contaminação observada nas águas pluviais dos canais de drenagem e superficiais do Igarapé do Tucunduba. Além do mais, se verificou que o tratamento de água na ETE da Vila da Barca, não está sendo eficaz na eliminação viral.

Palavras-chave

Virologia ambiental; Gastroenterite; Estação Tratamento Esgoto.

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Guilherme Junior Leite da Piedade, Wallex da Silva Guimarães, Lena Líllian Canto de Sá Morais, Denise Suellén Amorim de Sousa Santos, Sylvia de Fátima dos Santos Guerra, Luciana Damascena da Silva, Hugo Reis Resque, Luana da Silva Soares, Dielle Monteiro Teixeira, Jones Anderson Monteiro Siqueira, Yvone Benchimol Gabbay