57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Estudo da diversidade genética do Cluster Epsilon de Glutationa-S-transferase em populações naturais de Aedes aegypti com diferentes perfis de susceptibilidade ao inseticida temephos

Introdução

Nos insetos, as enzimas Glutationa S-transferases (GSTs), exercem um papel importante no metabolismo de inseticidas químicos. As GSTS da classe Epsilon, exclusivas de artrópodes, estão associadas à resistência aos inseticidas utilizados no controle de espécies de mosquitos de importância médica como o Aedes aegypti.

Objetivo(s)

Este trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade genética das GSTs que compõem o cluster Epsilon em populações de Ae. aegypti.

Material e Métodos

Foram estudados os oito genes GST1-8 do cluster Epsilon em duas linhagens do vetor, RecL (susceptível ao temephos), RecR (resistente RR~280x) e em sete populações naturais, dentre estas, cinco populações continentais resistentes ao temephos e duas populações insulares geograficamente distantes, suscetíveis ao temephos. A diversidade do gene DEFENSINA A também foi investigada em paralelo como marcador nuclear independente. Reações de PCR foram realizadas e os produtos de PCR foram sequenciados por Sanger.As sequências foram analisadas no CodonCode Aligner e os parâmetros de diversidade genética foram estimados. Testes de neutralidade foram aplicados e redes de haplótipos inferidas.

Resultados e Conclusão

As populações continentais do mosquito que sofreram pressão de seleção do temephos, foram monomórficas para o cluster e apresentaram os mesmos polimorfismos de RecR. Nas populações insulares, com baixa pressão de seleção, todos os genes foram polimórficos e similares a RecL, com moderada diversidade haplotípica (Hd), 0,6 a 0,9 e baixa diversidade nucleotídica (π), 0,005 a 0,02. Os testes de neutralidade foram significativos para GSTE 1,3 e 4 e todos positivos. O gene DEFENSINA A foi polimórfico para as sete populações. A Hd foi moderada a baixa 0,3 a 0,7 e a (π) muito baixa, 0,001 a 0,005. Diferente dos genes do Cluster Epsilon, os testes de neutralidade não foram significativos e as duas populações insulares não compartilharam haplótipos. É possível que o compartilhamento de haplótipos entre as populações insulares para o Cluster Epsilon seja por polimorfismos ancestrais que se mantém nas duas localidades, onde não há pressão de seleção pelo temephos. A baixa variabilidade genética para os membros do Cluster Epsilon nas populações continentais, sugere a fixação destes genes por processo de seleção pelo temephos com evidências de selective sweep.Conclui-se que o cluster Epsilon provavelmente está sendo selecionado em campo, sugerindo que ele exerce relevante papel na sobrevivência da espécie.

Palavras-chave

Resistência metabólica, enzimas, polimorfismos

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Elisama Helvecio, Tatiany Patrícia Romão, Pollyana Andrade Sales, Filipe Zimmer Dezordi, Gabriel Da luz Wallau, Maria Alice Varjal Melo Santos, Constância Flávia Junqueira Ayres