Dados do Trabalho

Título

Inflamação crônica pulmonar provocada em diferentes cargas na infecção experimental por Ascaris suum

Introdução

A ascaridiase é uma infecção causada por parasitos do gênero Ascaris. Representa um problema de saúde pública com grandes impactos socioeconômicos. Segundo a Global Burden of Disease (GBD), estima-se que cerca de 450 milhões de pessoas estão infectadas, e que ocorra perda de 860.000 anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs). Os aspectos da infecção larval são pouco estudados, especialmente no que diz respeito a durabilidade da inflamação e os danos ocasionados em resposta à migração do parasito.

Objetivo(s)

Portanto, propomos a realização de estudos na tentativa de compreender a inflamação causada pela migração do parasito e a sua persistência nos pulmões.

Material e Métodos

Para isso, foram utilizados camundongos BALB/c fêmeas com 8 semanas de idade, infectados via intragástrica com 250 e 1250 ovos embrionados de A. suum e um grupo controle não infectado (NI). Após 35 dias de infecção os animais foram eutanasiados para coleta do Lavado Broncoalveolar (LBA), para quantificação de leucócitos totais e coleta do pulmão para avaliação histopatológica e quantificação da atividade de N-acetilglicosaminidase de macrófagos (NAG), Mieloperoxidase de neutrófilos (MPO) e Peroxidase de eosinófilos (EPO).

Resultados e Conclusão

Nossos resultados mostram que apenas o grupo 1250 apresentou diferença significativa da lesão pulmonar em comparação ao NI no escore total. Com relação à inflamação das áreas perivasculares, o grupo 1250, quando comparado ao 250, apresentou pequena presença de células inflamatórias ao redor dos vasos. No parênquima pulmonar foi observado áreas entre 1 a 9% inflamadas no grupo 1250 em relação aos grupos 250 e NI, além da constatação de que animais infectados continuavam apresentando inflamação de leve a moderada das vias aéreas quando comparados ao controle. A contagem de leucócitos totais no LBA apresentou diferença significativa entre o grupo 1250 e os grupos NI e 250. Por fim, houve aumento da atividade de NAG no grupo 250 em relação aos demais grupos e aumento da atividade de MPO e EPO entre o grupo 1250 e os não infectados. Portanto, em nosso trabalho apontamos que ocorre a persistência da inflamação no tecido após o pico de migração no pulmão, especialmente em doses infecciosas mais elevadas, demonstrando a importância de mais estudos sobre os danos causados pela ascaridiase larval e até quando a inflamação pode persistir no órgão bem como os possíveis impactos ocasionados na fisiologia do hospedeiro.

Palavras-chave

Helmintíases; Inflamação crônica; Dano pulmonar; Atividade enzimática; Doenças Negligenciadas

Área

Eixo 07 | Helmintíases