Dados do Trabalho
Título
Invertebrados emergentes em solo de um parque urbano de Belém, Pará, Brasil, com particular referência à subfamília Phlebotominae (Diptera: Psychodidae)
Introdução
O estudo de microhabitats de invertebrados de interesse médico é fundamental para fornecer subsídios às estratégias de controle dos agravos a eles associados. O conhecimento sobre a bioecologia dos insetos da subfamília Phlebotominae, que incluem transmissores de Leishmania, avançou ao longo dos anos em detrimento do estudo das formas adultas; no entanto, o conhecimento sobre os microhabitats das formas imaturas ainda é limitado.
Objetivo(s)
Caracterizar a fauna de invertebrados emergentes em solo de um parque urbano de Belém, Estado do Pará, Brasil, com particular referência à subfamília Phlebotominae (Diptera: Psychodidae).
Material e Métodos
A área de estudo compreendeu o parque urbano Bosque Rodrigues Alves - Jardim Botânico da Amazônia. Durante março-julho/2022, armadilhas de emersão de 15cm de diâmetro foram instaladas em dois microhabitats (M1 e M2), sendo cinco armadilhas posicionadas em cada microhabitat: “M1”, possui no entorno (até 1.5m) árvores com raízes tabulares; “M2”, distante de árvores com raízes tabulares. O espaçamento entre M1 e M2 foi de 15m, e entre as armadilhas de cada microhabitat foi de 1m. Cada ciclo de amostragem compreendeu 42 dias; posteriormente as armadilhas foram reposicionadas em local adjacente. Os invertebrados emergentes no interior das armadilhas, ao se movimentarem, acabaram sendo aprisionados por contato em papéis adesivos, os quais foram analisados em duas ocasiões/ciclo (D21/ D42).
Resultados e Conclusão
Em quatro ciclos de amostragem (10 armadilhas/ciclo=40 amostras) foram capturados 1.239 invertebrados (M1, n=682; M2, n=557), com as seguintes ordens mais representativas: Diptera (n=455; 37%), Hymenoptera (n=285; 23%), Poduromorpha (n=218; 18%), Astigmata (n=79; 6%), Oribatida (n=70; 6%) e outros (n=132; 10%). Foram caracterizados 103 morfotipos (M1, n=79; M2, n=73). Foram capturados seis espécimes de Phlebotominae, pertencentes às seguintes espécies: Trichophoromyia ubiquitalis (M1, n=2; M2, n=1), Th. brachipyga (M1, n=0; M2, n=1), Bichromomyia flaviscutellata (M1, n=0; M2, n=1) e um exemplar não identificado (M1, n=0; M2, n=1). A razão dos machos/fêmeas foi 1,5. Os microhabitats amostrados possuem condições que permitem o desenvolvimento e manutenção de diferentes invertebrados, apresentando maior abundância no entorno de árvores com raízes tabulares. A ordem Diptera foi a mais representativa. Os flebotomíneos capturados incluem espécies associadas à transmissão de Leishmania.
Palavras-chave
Flebotomíneos; vetores; armadilhas de emersão; leishmanioses; Amazônia
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Yetsenia del Valle Sánchez Uzcátegui, Rafael Antonio Pacheco Colmenares, Fábio Márcio Medeiros da Silva Freire, Luciene Aranha da Silva Santos, Edna de Freitas Leão, Maria Sueli Barros Pinheiro, Iorlando da Rocha Barata, Fernando Tobias Silveira, Thiago Vasconcelos dos Santos, Marinete Marins Póvoa