Dados do Trabalho
Título
Esporotricose - uma zoonose emergente no Rio Grande do Norte: análise da ocorrência em humanos e animais de 2016 a 2021
Introdução
A esporotricose, micose subaguda ou crônica, é causada na maior parte dos casos por implantação traumática do fungo dimorfo do complexo Sporothrix schenckii na pele. No Brasil, configura-se um problema de saúde pública, onde a ocorrência tem sido relacionada à arranhadura e/ou mordedura de gatos sintomáticos ou não, levando a surtos familiares, e casos em profissionais, como veterinários e auxiliares. No Rio Grande do Norte (RN), estado com 167 municípios, casos humanos associados a animais vêm sendo identificados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) desde 2016, alertando para a necessidade de implantação de um programa de vigilância no estado, uma vez que nacionalmente não há diretrizes estabelecidas.
Objetivo(s)
Nosso objetivo é comparar a distribuição espacial de casos humanos e animais registrados no período de 2016 a 2021 no RN.
Material e Métodos
Realizou-se um estudo descritivo dos dados registrados pelo Ambulatório de Infecções Fúngicas do Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), localizado em Natal/RN, e das notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para os casos animais utilizou-se apenas as notificações do SINAN.
Resultados e Conclusão
No período de janeiro de 2016 a dezembro de 2021 foram registrados 276 casos humanos de esporotricose, distribuídos em 14 municípios, sendo 52,5% dos casos registrados em Natal. Nos anos de 2016 e 2017, os primeiros casos se restringiam aos municípios de Natal, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Nos anos seguintes, o número de municípios com casos ampliou-se. Em 2018, dois novos municípios registraram casos, em 2019, outros cinco municípios, e em 2020 mais três, mostrando a velocidade de expansão da doença. Quanto aos casos em animais, no período foram notificados 828 casos por 7 municípios, sendo 84,5% dos casos registrados em Natal. Assim como os casos humanos, os casos animais concentram-se na região metropolitana do estado, porém a identificação de casos humanos tem antecedido os casos animais. Em 57,1% (8) dos municípios só há registro de casos humanos, mesmo a transmissão sendo associada aos animais. Considerando que a doença animal precede o agravo em humanos, nossos resultados demonstram a necessidade de sensibilização para a notificação da esporotricose animal, promovendo o fortalecimento da vigilância como forma de prevenir e controlar a doença no homem.
Palavras-chave
saúde pública; zoonose; esporotricose;
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Cintia de Sousa Higashi, Aurea Estella de Araújo Silva, Fabíola de Souza Medeiros, Victor Eduardo Avelino Silva, Ranih Pegado de Araújo, Iraci Duarte de Lima, Eveline Pipolo Milan, Andreia Ferreira Nery, Durval Morais da Silva, Silvia Dinara do Nascimento Alves, Ximenya Glauce da Cunha Freire Lopes