Dados do Trabalho

Título

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DA COVID-19 EM UM HOSPITAL DO NORDESTE DO BRASIL, DURANTE A 1ª ONDA DA PANDEMIA

Introdução

Em novembro de 2019 um surto de doença respiratória, causado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), foi detectado na província de Hubei, na China. Com a rápida disseminação do vírus no mundo, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou a existência de uma pandemia pelo SARS-CoV-2.

Objetivo(s)

Avaliar os aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes internados no período de março a junho de 2020, em um hospital do Nordeste do Brasil, durante a primeira onda da pandemia.

Material e Métodos

Estudo transversal, retrospectivo, onde os dados foram obtidos através da revisão dos prontuários médicos. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de covid-19 confirmada por teste molecular (PCR do swab nasofaríngeo e/ou orofaríngeo), internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas, localizado em Fortaleza/CE, no período de março a junho de 2020. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HSJ, conforme os requisitos da resolução do CNS 466/2012, que regulamentam a pesquisa em seres humanos. CAAE: 35017820.1.0000.5044

Resultados e Conclusão

Foram incluídos um total de 200 pacientes no estudo. O sexo masculino foi o mais frequentemente observado (58,5%), e a média de idade foi de 54 anos. As principais comorbidades identificadas foram hipertensão arterial sistêmica (36%), diabetes mellitus (24%), obesidade (12%), e infecção pelo vírus HIV (9,5%). O tempo médio de sintomas até o internamento foi de oito dias. Quanto aos parâmetros do exame físico na admissão, 48,3% dos pacientes apresentavam frequência respiratória acima de 25 rpm, 34,5% possuíam saturação periférica de oxigênio abaixo de 92%, e 59,3% apresentavam pressão arterial média > 90 mmHg. Sobre as manifestações clínicas destaca-se a febre que foi registrada em 73% da população do estudo. Quanto aos sintomas respiratórios, dispneia (77%) e tosse (75%) foram os mais frequentes. Diarreia foi o sintoma gastrointestinal mais observado (17,5%). Cefaleia (20,5%) e anosmia e/ou ageusia (11,5%) foram os sintomas neurológicos mais frequentes; 8% dos pacientes foram internados em unidade de terapia intensiva. Quanto ao desfecho, 23% dos pacientes evoluíram para o óbito. Indivíduos acima de 50 anos, que apresentaram principalmente sintomas respiratórios foram os que mais estiveram internados nesta casuística, em geral, após a primeira semana de sintomas.

Palavras-chave

Covid-19; Infecção por SARS-CoV-2; síndrome respiratória aguda grave.