Dados do Trabalho

Título

CASOS DE HANSENÍASE EM IDOSOS NOTIFICADOS EM UM MUNICÍPIO DA BAIXADA MARANHENSE

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica e com alto potencial incapacitante, que pode acometer ambos os sexos e todos os grupos etários. Dados do Ministério da Saúde do Brasil, mostram que no período de 2016 a 2020, a taxa de detecção da hanseníase nas pessoas com idade de 60 anos e mais, apresentou parâmetros que variaram de “alto” a “muito alto”. Esses resultados remetem para a importância de estudos sobre aspectos epidemiológicos e clínicos da hanseníase neste grupo etário.

Objetivo(s)

Caracterizar os casos de hanseníase em idosos, notificados em um município da Baixada Maranhense, quanto aos aspectos sociodemográficos e clínicos.

Material e Métodos

Estudo descritivo e quantitativo realizado de maio a julho de 2022, com casos de hanseníase em pessoas com idade de 60 anos e mais, notificados no período de 2014 a 2020 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no município de Pinheiro –MA. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, cor, escolaridade, forma clínica, classificação operacional, grau de incapacidade física no diagnóstico, modo de entrada, modo de detecção de caso novo e baciloscopia. Para a análise dos dados utilizou-se o programa EPI-INFO, versão 7 (CDC - Atlanta), considerando-se as frequências absolutas e percentuais.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2014 a 2020 foram notificados 83 casos de hanseníase em idosos. Em relação à faixa etária, 55,4% tinham de 60 a 69 anos, 28,9% de 70 a 79 anos e 15,7% com idade de 80 anos e mais. Observaram-se maiores frequências do sexo masculino (61,5%), cor parda (76,8%) e com escolaridade de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental Incompleta (44,1%) e analfabetos (27,9%). Quanto às caraterísticas clínicas, os maiores percentuais foram da forma clínica Dimorfa (53,7%) e Classificação Operacional Multibacilar (74,7%). Em relação ao Grau de Incapacidade no diagnóstico, 53 casos tinham o registro desta informação, sendo: 64,2% Grau 0; 28,3% Grau 1 e 7,5% Grau 2. A baciloscopia foi positiva em 25,6% dos casos. No modo de entrada, a maior frequência foi de casos novos (87,9%) e no modo de detecção dos casos novos (n=73), a maioria foi por encaminhamento (70,8%). Conclusão. A partir dos resultados, concluiu-se que os idosos do estudo possuíam baixa escolaridade e diagnóstico tardio da doença, evidenciado pelo registro de formas multibacilares, com maior quantitativo da forma Dimorfa. Há necessidade de desenvolvimento de estratégias para um diagnóstico mais precoce da doença entre os idosos.

Palavras-chave

Hanseníase. Idoso. Epidemiologia. Clínica.