Dados do Trabalho

Título

OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA EM PERNAMBUCO, 2015-2021

Introdução

A situação epidemiológica da transmissão do vírus Zika chamou atenção global quando, em 2015, o aumento do número de recém-nascidos com microcefalia foi detectado em Pernambuco, Brasil.

Objetivo(s)

Descrever a ocorrência de casos de Síndrome Congênita do Zika (SCZ) em Pernambuco, Brasil, 2015- 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo com dados do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP), referentes aos casos notificados de SCZ residentes em Pernambuco, no período entre outubro/2015-dezembro/2021. Realizou-se análise da descritiva da ocorrência dos casos suspeitos, confirmados, óbito, prevalência e letalidade.

Resultados e Conclusão

Pernambuco registrou 3.002 casos suspeitos notificados para SCZ no período deste estudo, onde os anos pandêmicos de 2015 e 2016 apresentam a maior ocorrência de casos, com 32,2% (1148/3002) e 36,2% (1088/3002), respectivamente e o ano de 2021 com o menor número de registros de 2,4% (72/3002) dos casos suspeitos. A distribuição da notificação dos casos suspeitos mostrou que a I Gerência Regional de Saúde apresentou maior ocorrência com 42,1%(1263/3002). Segundo as características dos recém-nascidos notificados a maioria apresentou microcefalia leve 29,9% (897/3002), seguido da microcefalia severa 21,2% (635/3002). Foram confirmados para SCZ 15,7% (471/3002) casos, com maior prevalência (10.000 nascidos vivos) nos anos de 2015 (18,27) e 2016 (12,24) e a menor sendo registrada no ano de 2021 (0,08). A letalidade dos casos confirmado em todo o período foi de 13,8% (65/471).
Conclui-se que o elevado número de SCZ em 2015 e 2016 retratam o período de emergência em saúde pública. A diminuição na notificação de casos suspeitos requer atenção da gestão para a ocorrência do registro em tempo oportuno no RESP. A gravidade desse agravo ressalta a importância do monitoramento desta situação de saúde e da consolidação das ações de vigilância de modo a prevenir a ocorrência de casos.

Palavras-chave

Microcefalia; Anomalias Congênitas; Epidemiologia Descritiva; Tomada de Decisões; Pernambuco