Dados do Trabalho

Título

Uso de antimicrobianos e Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde em pacientes com Covid-19 em Fortaleza-CE, no ano de 2020.

Introdução

Desde 2020, o mundo vivencia a pandemia de covid-19, a qual, até 28 de junho de 2022, totalizou 545.192.953 casos confirmados no mundo. Segundo a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) mais de 90% dos pacientes hospitalizados durante a pandemia nas Américas receberam algum antimicrobiano.

Objetivo(s)

Descrever o uso de antimicrobianos em pacientes internados com covid-19 em um hospital do Ceará, durante o primeiro ano da pandemia.

Material e Métodos

Estudo transversal e retrospectivo dos pacientes com covid-19, que fizeram uso de algum antimicrobiano, no Hospital São José de Doenças Infecciosas, localizado em Fortaleza- CE, no período de março a junho de 2020. Os dados foram obtidos por meio da revisão de prontuários. A análise descritiva foi realizada pelo programa Data Analysis and Statistical Software (STATA 13.0).

Resultados e Conclusão

Do total de 200 pacientes avaliados, 184 (92%) fizeram uso de algum antimicrobiano durante o internamento. Azitromicina e ceftriaxona foram os antimicrobianos mais prescritos em 90,2% e 85,9% dos pacientes, respectivamente. Piperacilina com tazobactam foi usado em 11,4%. Outros antimicrobianos de amplo espectro como meropenem e vancomicina foram prescritos em apenas 1,6% dos pacientes, cada um. Voriconazol foi utilizado em um paciente. Além disso, observou-se o uso de ivermectina em 25% dos pacientes. Três pacientes apresentaram sepse durante o internamento, sendo duas de foco pulmonar e uma de foco urinário. As bactérias isoladas foram Acinetobacter baumanii (amostra de secreção traqueal), Burkolderia cepacia (amostra de secreção traqueal) e Escherichia coli (amostra de urina). Seis pacientes apresentavam tuberculose concomitante com o quadro de covid-19, e fizeram uso de rifampicina, isoniazidam pirazinamida e etambutol. Um paciente apresentou aspergilose pulmonar provável associada à covid-19, sendo isolado Aspergillus spp. em secreção traqueal. Portanto, o uso excessivo e indiscriminado de antimicrobianos pode levar ao surgimento de resistência bacteriana. Critérios para avaliar a existência de infecção bacteriana secundária devem ser estabelecidos, a fim de que se tenha um melhor controle e a indicação correta para o uso destes medicamentos.

Palavras-chave

Covid-19, Antimicrobianos, Infecções relacionadas à assistência à saúde