57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

LINHA TEMPORAL DA IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES DE RESPOSTA DA VIGILÂNCIA E ASSISTÊNCIA À SAÚDE PARA A EMERGÊNCIA DA MICROCEFALIA EM PERNAMBUCO

Introdução

Objetivo(s)

Descrever a implantação de ações de resposta da vigilância e assistência à saúde para a emergência da microcefalia realizada pela Secretaria de Saúde de Pernambuco.

Material e Métodos

Estudo exploratório-descritivo-qualitativo. O local de estudo foi à esfera estadual da Secretaria de Saúde, entre Nov/2015-Dez/2021. Entrevistaram-se 13 gestores atuantes na resposta à emergência da microcefalia e consultado documentos institucionais. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo de Bardin.

Resultados e Conclusão

No início da Emergência em Saúde Pública da Microcefalia, a arena de decisão concentrou-se na resposta rápida da Vigilância: detecção, mensuração, caracterização clínico-epidemiológica e provimento de informações oportunas às instâncias governamentais. As ações da Assistência focaram nos serviços de referência na capital e ampliação do atendimento e diagnóstico para além da rotina.
Na fase intermediária, a Vigilância realizou ações de detecção, notificação, investigação de casos suspeitos de microcefalia, monitoramento de gestantes com exantema e estruturação da vigilância epidemiológica, laboratorial e investigação etiológica de natimortos. Na Assistência ocorreu a ampliação de duas para 32 unidades de atendimentos, entre 2015 e 2017. Para os recém-nascidos com microcefalia implantaram-se exames diagnósticos especializados e mutirões para atendimento em regiões com vazios de assistência. As gestantes com exantema tiveram atendimento diagnóstico.
Na terceira fase, enfatizaram-se as atividades de maior complexidade e custo. Nas quatro macrorregiões, houve o fortalecimento da coordenação, monitoramento da linha de cuidado e estruturação da rede. A vigilância centrou-se na celeridade do diagnóstico laboratorial, encerramento dos casos e formação de área técnica de Vigilância da Síndrome Congênita da Zika.
Na pós-emergência, a Vigilância publicou as Diretrizes de Vigilância Epidemiológica, integrou-se às Vigilâncias da toxoplasmose, citomegalovírus e iniciou-se a Vigilância e discussão dos óbitos por microcefalia. A Assistência estabeleceu fluxo para exames e procedimentos de alta complexidade, dispensação de medicamentos especiais, acompanhamento e reabilitação.
Conclui-se que identificar as ações de Vigilância e Assistência é essencial para acompanhar o processo decisório e permitir os ajustes necessários para implantação da política de saúde em resposta à ocorrência da microcefalia por transmissão congênita do vírus Zika.

Palavras-chave

Avaliação em Saúde;Tomada de Decisões; Emergências; Microcefalia

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Lucilene Rafael Aguiar, Paulo Germano Frias, Louisiana Regadas Macedo Quinino, Maria Rejane Ferreira Silva, Democrito Barros Miranda-Filho, Romildo Siqueira Assunção, Sheyla Rodrigues Lima Carneiro, Patrícia Ismael Carvalho, Maria Auxiliadora Vieira Caldas Sivini