Dados do Trabalho
Título
Alterações laboratoriais e radiológicas da covid-19 em pacientes internados no Hospital São José, no ano de 2020.
Objetivo(s)
Avaliar os achados laboratoriais e alterações radiológicas de pacientes hospitalizados com diagnóstico de covid-19 em um hospital no Nordeste do Brasil, referência para doenças infecciosas.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, de pacientes internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas com diagnóstico de covid-19 no ano 2020. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, de qualquer idade com diagnóstico confirmado de covid-19, através de RT-PCR de swab naso/orofaríngeo. Os dados laboratoriais e radiológicos foram coletados através da revisão de prontuários.
Resultados e Conclusão
Foram avaliados 200 pacientes nesta coorte. A maioria dos pacientes eram do sexo masculino (58,5%), e a média de idade foi de 54 anos. Em relação às alterações laboratoriais, verificou-se que as médias de hemoglobina de 12,6 mg/dL, leucócitos de 9020 céls/mm3, e linfócitos de 1203 céls/mm3 estavam normais. Ao avaliarmos a média da creatinofosfoquinase (186 U/L), lactato desidrogenase (334 U/L), proteína C reativa (124 mg/L), e D-dímero (2635 ng/mL), verificamos uma alta atividade inflamatória nestes pacientes. Foi observado também alterações na função renal (média de ureia de 42 mg/dL, e de creatinina de 1,2 mg/dL), além das enzimas hepáticas (média de TGO 58,8 U/L, e de TGP de 54,2 U/L). Em relação às alterações gasométricas, observou-se uma média de pH de 7,4, pCO2 de 35,7 mmHg, pO2 de 78,1 mmHg. Dos pacientes que realizaram tomografia de tórax (n=98), o padrão de vidro fosco isolado foi observado em 50% dos pacientes, e o padrão radiológico misto (vidro fosco e consolidação) em 37,7%. O grau de comprometimento pulmonar foi descrito em 76 pacientes que realizaram TC de tórax. Dentre estes, a maioria (46,1%) tinha comprometimento entre 25 e 50%, seguida dos indivíduos que possuíam o grau de comprometimento > 50% (35,5%), e das pessoas que tinham < 25% de comprometimento (18,4%) dos campos pulmonares. Ao avaliarmos fatores de risco associados ao óbito, verificamos que níveis de proteína C reativa foram maiores em pacientes que foram a óbito (p < 0,05). Portanto, nesta casuística observamos que alterações nas provas de atividade inflamatórias, bem como na função renal e enzimas hepáticas foram mais frequentemente observadas em pacientes hospitalizados por covid-19. A proteína C reativa esteve associada com um pior desfecho dos pacientes, corroborando com o status de doença sistêmica que é a covid-19.
Palavras-chave
Covid-19, Alterações laboratoriais, Alterações radiológicas, Pacientes internados
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Karen Helen Rodrigues Carneiro , Pedro Cesar Teles Torres Silva , Catharina Perdigão Carneiro, Camila Shelly De Vasconcelos Ramos , Brena Maria Almeida Araújo De Paula Pessoa , Ana Pavla Morais Silva, Kaeliny Gomes dos Santos, Francisco Emerson Santos De Oliveira , Matheus Oliveira Guimarães, Lucas Teixeira dos Santos Brasil, Lisandra Serra Damasceno