57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Geotecnologias aplicadas ao estudo de HIV/Aids no Brasil entre 2009 e 2020

Introdução

Na década de 1980, o mundo vivenciou o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

Objetivo(s)

Analisar a distribuição espaço-temporal dos casos de HIV/Aids no Brasil, identificando o perfil dos casos e o grau de risco no período de 2009 a 2020.

Material e Métodos

A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. As Bases Cartográficas e as Estimativas Populacionais foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As análises espaciais realizadas foram: mapa coroplético quantificando a Taxa de HIV/Aids onde foram identificadas as classes (cores): Sem casos (branco), Baixa (verde), Média (amarelo), Alta (laranja) e Muito Alta (vermelho); Índice de Moran aplicado com o número de permutação de 999 vezes para verificar o padrão de autocorrelação espacial; e o mapa de varredura espacial (Scan) utilizando o modelo discreto de Poisson para identificar aglomerados espaciais e temporais significativos.

Resultados e Conclusão

Houve redução da taxa de detecção e mortalidade ao longo dos anos de 34,4% e 22,2%, respectivamente. O perfil epidemiológico predominante no período de estudo foi em homens (66,3%), adultos, da cor parda (41,9%), com ensino fundamental incompleto (26,9%) e heterossexual (40,1%). O Moran indicou a presença de autocorrelação espacial (padrão de aglomerados) em todos os anos de estudo. As áreas de muito alto risco foram na Região Norte (AM, RR), Sul (SC, RS) e Sudeste (RJ). A região Nordeste apresentou as menores taxas ficando na maioria dos estados com médio risco, somente Maranhão e Pernambuco estão com alto risco. O resultado do Scan identificou 16 aglomerados significativos (p-valor ≤ 0,05) nas regiões: Norte (2); Nordeste (9); Centro-Oeste (3), Sudeste (1) e Sul (1). Os estados da região Nordeste apresentaram os menores valores da taxa, porém o Scan identificou que quase todas as capitais dessa região apresentam aglomerados de casos significativos. As ferramentas de geoprocessamento utilizadas neste estudo têm um papel fundamental para o planejamento e monitoramento dos agravos das infecções pelo HIV, sendo importante observar a espacialização, identificação de aglomerados e localização de áreas de risco, possibilitando o monitoramento e controle da doença e gerando possibilidades de criação de políticas públicas efetivas aplicadas às áreas mais vulneráveis.

Palavras-chave

Geoprocessamento, Análise Espacial, HIV/Aids, Saúde Coletiva

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Autores

Laise Santos Azevedo, Ricardo José de Paula Souza e Guimarães