57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Prevalência de sintomas persistentes em pacientes com COVID-19 no município de Niterói

Introdução

Objetivo(s)

Descrever a persistência de sintomas entre os casos de COVID-19 não hospitalizados após a fase aguda da doença.

Material e Métodos

Análise descritiva de casos de COVID-19 composta por indivíduos sintomáticos definida de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Este levantamento faz parte do estudo multicêntrico da história natural do novo coronavírus, com parecer de aprovação no Conselho de Ética e Pesquisa (CEP) de Nº CAAE- 32874720.8.1001.5262. Foram considerados suspeitos de infecção por COVID-19 indivíduos com sintomas de febre, tosse, falta de ar, fadiga, perda de paladar ou olfato, dor muscular e de garganta, diarreia etc. Foram avaliados indivíduos >18 anos, sintomáticos, não hospitalizados, com quadro de doença leve ou moderada, com pelo menos uma queixa sendo esta <7 dias de sintomas.

Resultados e Conclusão

Cerca de 1.420 indivíduos com suspeita de infecção por SARS-CoV-2 foram recrutados em outubro de 2020 no município de Niterói. A mediana de idade foi de 40 anos (média 41,8), 877 eram do sexo feminino e 543 do sexo masculino. Hipertensão, diabetes mellitus e asma foram as comorbidades mais prevalentes, doenças da tireoide e obesidade também foram relatadas, 18,8% (268/1.420) relataram pelo menos uma comorbidade e 4,4% (63/1.420) mais de uma comorbidade. Os sintomas relatados antes do diagnóstico de COVID-19 incluíram dor de cabeça 79% (1.124/1.420), tosse 75,3% (1.070/1.420), coriza 72,7% (1.033/1.420), fadiga 64,4% (915/1.420) e dor de garganta 61,3% (871/1.420). Cerca de 33,7% (479/1.420) tiveram resultado positivo para SARS-CoV-2 através da técnica de RT-PCR (swab nasal), 55,3% eram do sexo feminino. Ageusia, anosmia e febre foram associados a maior chance de diagnóstico positivo para COVID-19, odds ratio: 3,64 (IC95%: 2,81-4,71). Foi avaliada a persistência de sintomas dos casos positivos nos seguimentos D14 (N=596), D21 (N=178), D28 (N=148) e D56 (N=77). Considerando os sintomas com duração >14 dias entre os indivíduos, os mais persistentes foram tosse (46 casos), fadiga (34), dor de cabeça (32), perda de paladar (31) e perda de olfato (27). No seguimento D21, cerca de 92% (165/178) responderam ao questionário de Qualidade de vida do Hospital Saint Georg (QHSG), 41% (69/165) relataram limitação de atividades devido a problemas respiratórios após diagnóstico de COVID-19. Queixas como insônia, alopecia e "névoa cerebral" também foram relatados. Sintomas de fadiga, perda de olfato e paladar persistiram por >30 dias.

Palavras-chave

Persistência de sintomas; SARS-CoV-2; Sintomáticos

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Ana Carolina de Oliveira de Lima, Heloísa Ferreira, Maria Luciana de Freitas, Renato França da Silva, Rejane Silva Rocha, Anielle da Pina Costa, Barbara de Azevedo Scangarelli, José Alfredo de Sousa Moreira, Giselle Duarte, André Machado de Siqueira