57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO PARÁ DE 2017 A 2021

Introdução

A Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa que ainda apresenta uma alta prevalência epidemiológica no Estado do Pará, transmitida pelo Micobacterium leprae, tem o ser humano como única fonte de infecção por meio do trato respiratório.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico da hanseníase no estado do Pará no período de 2017 a 2021.

Material e Métodos

Estudo transversal e descritivo, englobando todos os casos notificados de hanseníase, incluindo as formas clínicas virchowiana, tuberculóide, dimorfa e indeterminada, ocorridos no estado do Pará de 2017 a 2021, disponível no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de informática do SUS (DATASUS) As variáveis analisadas foram faixa etária, sexo, microrregião, ano da notificação, número de lesões, baciloscopia, reações hansênicas e terapêutica.

Resultados e Conclusão

O Pará é o estado com maior número de notificações da região norte, com 14.523 casos, sendo Belém a microrregião de maior ocorrência (25,2%), com o ano de 2019 o mais incidente (23,5%) e 2020 o menos (13,4%). Quanto ao público acometido, houve predomínio no gênero masculino (63,4%) e em maiores de 15 anos (93,4%), destes 19,7% entre 30 e 39 anos. Ainda, a respeito das formas clínicas da doença, a dimorfa se mostrou a mais incidente (56,48%), seguida da virchowiana (17,1%). Ademais, quanto a baciloscopia, foi feita em 61,69% dos casos, positivando em 52,08% destes. Acerca do número de lesões, prevaleceu o surgimento de mais de 5 lesões (44,2%), encontradas principalmente nas formas virchowiana (68,7%) e dimorfa (50,8%) da doença, enquanto que a lesão única em 19,87% dos casos, geralmente na forma clínica indeterminada (55,9%). Quanto às reações hansênicas observou-se em apenas 14,5% dos casos, sobretudo a do tipo 1 (10,4%). Por fim, o tratamento com poliquimioterapia (PQT) foi efetuado em 99,9% dos casos. Existe uma alta prevalência da hanseníase no estado do Pará, sendo possível inferir que há uma protagonização da população masculina em idade adulta que, em sua maioria, está submetida à condições de vida que favorecem o contágio, bem como fazem parte de um grupo social com baixos níveis de informação. As reações hansênicas e as possíveis sequelas, alertam para realização de vigilância por parte do Sistema Único de Saúde.

Palavras-chave

Hanseníase; Notificação; Perfil de Saúde.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias

Autores

BEATRIZ CAVALCANTI DORIA, GABRIELA FERNANDES MOREIRA DA SILVA, RAYSSA PINHEIRO MIRANDA, LETICIA LIMA BRANCO, JULIA TAINÁ DIAS DE SOUZA, FELIPE JOSE SILVA E SILVA